Pará tem 2º maior crescimento na exportação de soja do país

Estado está perto de ultrapassar Maranhão e Tocantins para assumir posto de principal praça comercial da commodity no arco norte do Brasil. Só Goiás registrou taxa de sucesso superior.

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A produção sojícola avançou Pará adentro de forma tão exuberante em 2020 que levou o estado a pressionar a vizinhança no arco norte pelos holofotes e centro das atenções das exportações da commodity. O Blog do Zé Dudu fez um levantamento inédito sobre as transações comerciais da soja no país e constatou que o Pará apresentou o 2º melhor crescimento nos embarques, totalizando 759,45 milhões de dólares, algo próximo a R$ 3,941 bilhões. É como se a arrecadação inteira das prefeituras de Belém e Ananindeua juntas tivessem se transformado em soja ao longo de 2020.

Com o desempenho registrado no ano passado, o Pará aumentou as exportações em 43,4%, surrando Santa Catarina e aproximando-se do Maranhão, que computou 785,17 milhões de dólares em 2020. No Maranhão, a propósito, as exportações de soja encolheram 2,65%, de acordo com dados do Ministério da Economia, a partir dos quais o Blog do Zé Dudu fez o levantamento.

Se mantiver o pique, este ano o Pará deixa o Maranhão para trás em produção exportável, uma vez que, enquanto o estado nortista apresentou crescimento de 230 milhões de dólares, o vizinho nordestino perdeu 21,4 milhões de dólares. Depois que ultrapassar o Maranhão, a próxima vítima será o Tocantins, que alcançou 871,95 milhões de dólares, mas segue numa taxa de crescimento muito inferior: 12,86%.

Atualmente, o Pará é o 11º no ranking nacional de exportação de soja, com produção concentrada nos entornos dos municípios de Paragominas, Redenção e Santarém. Além de Tocantins e Maranhão, o gigante do Norte fica atrás da Bahia (1,326 bilhão de dólares), Minas Gerais (1,589 bilhão de dólares), Mato Grosso do Sul (1,618 bilhão de dólares), São Paulo (1,67 bilhão de dólares), Goiás (2,504 bilhões de dólares), Rio Grande do Sul (2,944 bilhões de dólares), Paraná (4,619 bilhões de dólares) e Mato Grosso (7,627 bilhões de dólares).

Em 2020, só Goiás superou o Pará em crescimento relativo, com 51,29% de avanço nas transações comerciais de soja, enquanto o Rio Grande do Sul apresentou o pior desempenho, com retração de 28,84%.

Para onde vai a soja paraense?

A China adora tudo o que sai de terras paraenses. Além de quase todo o minério com alta pureza de ferro, o país asiático comprou 40% da soja produzida aqui, de acordo com dados apurados pelo Blog. A compra absoluta totalizou 301,93 milhões de dólares, algo próximo a R$ 1,567 bilhão. É como se a China tivesse deixado ao Brasil algo como a arrecadação de uma prefeitura como a de Marabá e duas do porte de Redenção em dinheiro vivo.

Mas nem só de China vive o agronegócio paraense. A soja também fez sucesso noutros 22 países, com destaque para a Rússia (111,63 milhões de dólares), Holanda (92,83 milhões de dólares), Espanha (76,28 milhões de dólares), Turquia (49,71 milhões de dólares), Argélia (27,68 milhões de dólares), Arábia Saudita (20,76 milhões de dólares), México (13,11 milhões de dólares), Irã (11,85 milhões de dólares) e Romênia (10,3 milhões de dólares).