Com 1,5 bilhão de dólares na balança, Pará tem pior novembro desde 2018

Essa dificuldade tem a ver intimamente com o impacto da tonelada do minério, que chegou a 230 dólares no ano passado e este ano encontra dificuldade para se manter na casa dos 100 dólares.

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O valor monetário das exportações de commodities da maior praça financeira da Região Norte segue em queda franca, puxada pela baixa no preço internacional do minério de ferro, carro-chefe da economia do estado. No mês passado, de acordo com dados recém-divulgados pelo Ministério da Economia, o Pará transacionou 1,532 bilhão de dólares em produtos da terra, o menor valor desde 2018. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

O desempenho fraco do estado em novembro já era esperado e está em linha com o restante do ano, uma vez que o Pará é o único do grupo dos dez maiores exportadores brasileiros que não vai conseguir superar ou repetir em 2022 o faturamento das transações com o exterior realizadas em 2021. Essa dificuldade tem a ver intimamente com o impacto da tonelada do minério, que chegou a 230 dólares no ano passado e este ano encontra dificuldade para se manter na casa dos 100 dólares.

Em razão disso, o Pará caiu do 4º lugar em exportações, considerando-se as 27 Unidades da Federação, para o 7º. Em novembro, o estado ficou atrás de São Paulo (5,476 bilhões de dólares), Rio de Janeiro (4,174 bilhões), Minas Gerais (3,097 bilhões), Mato Grosso (2,543 bilhões), Rio Grande do Sul (1,876 bilhão) e Paraná (1,745 bilhão). Também foi surpreendido pela Bahia (1,177 bilhão), que superou 1 bilhão de dólares em faturamento no mês passado pela primeira vez.

O Pará teve seu melhor novembro em 2020, quando, em meio a picos de óbitos por infecções do coronavírus, registrou 2,099 bilhões de dólares em transações comerciais. No ano passado, o faturamento foi de 1,834 bilhão e, em 2019, de 1,541 bilhão. Em 2018, as vendas de commodities a partir do estado totalizaram 1,349 bilhão.

Minério cai, soja sobe

O valor das vendas do minério de ferro paraense caiu 32% no comparativo com novembro do ano passado, segundo apurou o Blog. Foram embarcados do Pará 925,56 milhões de dólares este ano ante 1,368 bilhão no mesmo mês de 2021. O volume também diminuiu: 14,21 milhões de toneladas no mês passado contra 15,59 milhões de toneladas em novembro do ano anterior. Esse foi o conjunto perfeito — queda da tonelada do minério e diminuição da produtividade física — para consolidar a derrocada no faturamento.

Já as transações envolvendo soja explodiram 3.572%, visto que as exportações passaram de 625 mil dólares no ano passado para 22,95 milhões de dólares este ano. Também prosperaram no mês passado em relação a 2021 o cobre (47%), o ferro-liga (328%), a carne bovina (199%), o milho (103%) e o caulim (480%).

Por outro lado, entre as dez principais commodities paraenses, além do minério de ferro, caíram o hidróxido de alumínio (-7%), o alumínio em forma bruta (-15%) e o minério de alumínio (-37%). No mês passado, o cobre foi a segunda commodity mais valiosa, depois do ferro, com movimento de 179,05 milhões, seguido do hidróxido de alumínio, com 125,35 milhões.