Pará pode ser alvo de quase R$ 120 bilhões em investimentos até 2030

Marabá tem maiores perspectivas de novos canteiros de obras: eixo ferroviário, hidrelétrica, derrocamento, expansão operacional de siderúrgica e expansão produtiva de mineradora. Mais de R$ 30 bilhões na mira.

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Uma montanha de investimentos, maior que a cordilheira de Carajás, está prevista para se abater sobre o Pará de agora para frente, até 2030, em setores estratégicos da economia. As informações constam de um estudo de 62 páginas assinado pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), segundo o qual R$ 118,4 bilhões serão pulverizados em diferentes empreendimentos que vão fazer o estado ferver.

Se saírem do papel e forem consolidados, em apenas 12 anos o Pará poderá recriar praticamente todo o seu Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, o PIB paraense é de R$ 138,1 bilhões, que vem se arrastando devagar desde a época das caravelas que pautaram o descobrimento do Brasil.

Os novos negócios que se projetam no horizonte norteiam as perspectivas para o desenvolvimento econômico, inclusive podem ser casados com políticas públicas a serem implementadas pelo governador eleito Helder Barbalho que visem à atração de projetos, dinamizem o potencial fiscal e tributário do Pará e gerem emprego e renda à população, que atualmente é a que recebe uma das piores remunerações do país e concentra todo o azar de mazelas.

É preciso, todavia, não perder de vista o fato de que o problema maior que aflige o estado é notadamente social e nem toda a injeção financeira do mundo é capaz de superá-lo, caso investimentos prioritários não sejam feitos na base: educação, saúde, segurança, saneamento e combate à pobreza.

Pacote regional

Das 12 regiões de integração definidas pelo Governo do Estado, quase todas serão alvo de investimentos maciços, nas contas da Fiepa. A região do Baixo Amazonas, polarizada por Santarém, é a líder, com R$ 37,74 bilhões disseminados nas áreas de energia, infraestrutura e logística. O município de Santarém sozinho deve abocanhar mais de 80% dos investimentos previstos, a começar pelo complexo hidrelétrico do Tapajós, estimado em R$ 30 bilhões. Além disso, cerca de R$ 1 bilhão serão aplicados em projetos de infraestrutura e logística no município por três diferentes visionários. Além disso, R$ 6,4 bilhões devem chegar na cacunda de projeto de mineração de bauxita em Oriximiná.

Já a região de Carajás, que tem Marabá como polo, aparece em segundo lugar, com R$ 32,71 bilhões previstos, a maioria no próprio município de Marabá. Segundo a Federação, as regiões do Araguaia (R$ 12,04 bilhões) e Tapajós (R$ 12,05 bilhões) têm expectativa de receber juntas R$ 24 bilhões, a partir da instalação de projetos estruturantes, enquanto as regiões do Guamá (R$ 8,03 bilhões), Tocantins (R$ 7,69 bilhões), Xingu (R$ 6,32 bilhões), Rio Caeté (R$ 80 milhões), Rio Capim (R$ 210 milhões) e Guajará (R$ 1,57 bilhão) devem abocanhar, juntas, R$ 23 bilhões.

Com base nisso, o Blog do Zé Dudu compilou nesta segunda-feira (31), último dia de 2018, os futuros novos negócios que prometem dar um “upgrade” na economia do sudeste do Pará (regiões de Carajás e Araguaia) nos próximos anos e até atualizou informações divulgadas pelos próprios investidores.

Araguaia mineral

A Fiepa estima que, se vingarem até 2030, a região do Araguaia vai gerar quase 56 mil empregos a partir de três empreendimentos da indústria extrativa mineral que prometem sacudir o sul do Pará.O município de São Félix do Xingu é quem deve receber a maior parte da injeção de recursos previstos, de R$ 9,4 bilhões, com a finalidade de erguer o projeto Jacaré, de extração de níquel laterítico e saprolítico. Quem assina o empreendimento é a multinacional Anglo American, gigante da indústria extrativa.

São Félix também vai receber a lavra do projeto Fosfato Santana, da multinacional canadense MbAC Fertilizantes, que mira transformar fosfato em adubo. Segundo a Fiepa, a previsão de investimentos é de R$ 1,19 bilhão, que será partilhado, também, com o município de Santana do Araguaia.

É previsto ainda o projeto Araguaia, em Conceição do Araguaia, orçado em R$ 1,45 bilhão e que visa à exploração de níquel.

Carajás estatal

A grandiosidade dos investimentos de Carajás se sustenta em projetos ambiciosos e, ao mesmo tempo, com execução duvidosa, como a Ferrovia Paraense, de autoria do Governo do Estado e orçada em R$ 14 bilhões, mas que ninguém sabe se terá início, meio e fim — principalmente com as trocas de governos do Pará e do Brasil. Marabá polarizaria o investimento, como eixo entre os traçados norte e sul do monstrengo de ferro pelo estado. O que não se sabe ainda é quem estaria de fato disposto a bancar, sem enrolação, um projeto de tal envergadura financeira num estado que só é enxergado com muito vigor por conflitos no campo e por sua importância na balança comercial.

Além disso, Marabá estaria no olho de um furacão de R$ 12 bilhões para a construção de uma hidrelétrica no município. Apesar de a “fofoca” da hidrelétrica estar aparentemente adormecida, o Blog do Zé Dudu apurou que a usina é a segunda na fila da lista de desejos de implantação de grandes projetos de energia pelo Governo Federal e deve ganhar fôlego no anseio desenvolvimentista do presidente eleito Jair Bolsonaro, que está declarada e assumidamente disposto a limitar o poder de atuação de órgãos ambientais.

A hidrelétrica de Marabá já teve sua viabilidade aceita com sucesso pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pode sair do papel nos próximos anos, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) deu até amanhã (31) para que o Poder Executivo dê parecer definitivo para garantir a viabilidade de sua execução futura. O Blog descobriu que a hidrelétrica já consta de estudos da Agência Nacional de Água (ANA) como “alta prioridade” e que, por isso, será erguida mais cedo ou mais tarde — e, aliás, pode ser mais cedo do que se imagina com novos governos a galope.

Além da ferrovia e da hidrelétrica, Marabá também será canteiro de obras dos R$ 520 milhões previstos para o derrocamento do Pedral do Lourenço, prometido inclusive pelo governador eleito Helder Barbalho (quando era ministro da Integração Nacional), mas parado pela burocracia que reina no país.

Carajás privado

Não obstante os desejos de abrir caminho para o progresso meramente econômico por iniciativa estatal, ainda há previstos para a região investimentos do capital privado. A mineradora multinacional Vale que o diga. A maior manda-chuva do Pará divulgou este ano que vai investir 1,1 bilhão de dólares na segunda expansão do projeto de extração de cobre Salobo, em Marabá. Em moeda nacional, no câmbio de hoje, serão investidos por ela cerca de R$ 4,27 bilhões a partir de 2019.

Fora do eixo de Marabá, a Vale também pretende gastar R$ 1,3 bilhão na expansão da capacidade de produção de sua mina de ferro Serra Leste, em Curionópolis. E o Blog adiciona outro investimento anunciado por ela este ano e não contemplado no levantamento da Fiepa: o projeto Gelado, de reaproveitamento de minério de ferro em rejeito, no município de Parauapebas, que deverá arregimentar 428 milhões de dólares dos cofres da mineradora, o equivalente a R$ 1,66 bilhão.

Além de todos esses investimentos, há a implantação do projeto de cobre Pedra Branca, no município de Água Azul do Norte, pela multinacional Avanco; ampliação da capacidade operacional da siderúrgica Sinobras, em Marabá; e novos investimentos não captados pelo sensor da Fiepa, como a abertura de novas minas de ferro em Parauapebas (N1 e N2) pela Vale; a expansão do projeto de ferro S11D, em Canaã dos Carajás; e o ressuscitar do projeto Cristalino, em Curionópolis.

Conforme o prognóstico da Fiepa, Carajás sozinho poderá polarizar a criação de 121 mil empregos com carteira assinada até o final da próxima década. Até lá, a estrada para correção das bases de investimentos em políticas sociais equivocadas e que não deram certo no estado é longa. E se esses investimentos, os sociais, não forem acelerados, o progresso do Pará será mera utopia. Inatingível.

16 comentários em “Pará pode ser alvo de quase R$ 120 bilhões em investimentos até 2030

  1. Júnior Responder

    Diferente do Amazonas, paraense mantém os barbalho a décadas no poder , porque não fizeram igual o pessoal do Amazonas que desmamou Amazonino que comandava lá a décadas , essa última política ele dançou igual azeitona na boca de banguelo ! Assim que faz !! Acorda povo paraense !

  2. José Maria Responder

    Não entendo o povo paraense que reclama do governo se foi o povo que elegeu…olha isso tudo pode acontecer é só o povo ir pra rua e gritar pelo direitos ..vamos gente se elegeu e não trabalhou tira ele o povo tem força.

  3. LUIZ CASTRO DE SANTANA filho Responder

    Agora o estado do Pará vai ora frente… Mais e o estado do Pará aonde eles só pensa na capital improdutiva Belém. Esquece do Sul aonde concentra a maior riqueza.

  4. Francisco Pereira Responder

    Que o Pará tem potencial de sobra para alavancar a sua economia e do Brasil, e proporcionar melhores condições a sua população, isso ninguém duvida. Mas defender a competência e seriedade dos seus governantes é utopia. Se assim o fosse, nosso IDH não era tão baixo, atrás de muitos estados com bem menos potencial. Mas acreditemos que os novos governos façam a diferença e deem um forte impulso no crescimento do estado e do Brasil.

  5. Márcio Souza Reis Responder

    Nosso Estado é muito rico, o maior problema foram as gestoes anteriores que não deram a minima, esperamos que o novo governo Helder barbalho jovem possa explorar bem essas riquesas do nosso estado e gere emprego para nosso povo paraense que tanto sofre, por essa falta de renda mal distribuida.

    • Antônio Medeiros Amorim Responder

      Esperar que os Barbalhos ressucitem o estado que eles ajudaram a sucumbir no subdesenvolvimento, é acreditar em Papai Noel!

  6. Vicente Responder

    Nós que somos filhos desse estado nunca vamos perder a esperança de que o nosso para será o maior estado produtivo do Brasil Elder não nos desepsoene seu povo

  7. Alcides Responder

    Governo competente! ????? A falta de saude publica, segurança, educaçao e outras ações do governo que deixa a desejar ?

  8. SAMUEL CUSTODIO DE ARAUJO Responder

    Isso tudo só irá acontecer porque o Pará teve um Governador competente, tomará que o Helder continui trabalhando para as coisas derem certo.

  9. ROBERTO Responder

    “SE” SAIR VAI SER UMA BOA PARA A POPULAÇÃO DE MARABÁ , QUE ANDA TAO DESCRENTE DE CERTAS CONVERSAS .. MAS “SE” .. QUEM SABE ..

  10. Oliveira Responder

    Agora que o Pará,se livrou do pior governador do Estado do Pará dos últimos tempos o corrupto e cassado Tucanalha Jateve, a tendência r a prosperidade para nosso povo e principalmente para nosso Estado!

    • Sidiclei Responder

      Agora a família Barbalho vai enriquecer até a décima geração. Acorda gente jader barbalho está na política a anos o estado do Pará está da mesma forma, péssimas estradas , saúde segurança SANEAMENTO BÁSICO Belém está cada dia pior e eles continua no poder roubando , desviando dinheiro e fazendo o povo sofrido do estado a se tornar miserável. Ceará com a família Gomes , Maranhão com Sarney e Pará com o câncer chamado Barbalho .

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