PA-263 é a 9ª pior rodovia do Brasil, diz levantamento da CNT

Em comum, com as demais rodovias listadas, o ranking aponta que a cada 10 km, 7 estão em péssimas condições de tráfego

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Saiu nesta quarta-feira (29), o resultado da pesquisa anual patrocinada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as rodovias do país.  E as notícias pioraram para quem precisa transitar pelo país, porque 67% estradas federais ou estaduais apresentam alguma falha; há mais de 2.000 pontos críticos. O Norte do país concentra o pesadelo dos motoristas. Das dez piores rodovias, cinco estão na região e a 9ª pior está no Pará: a PA-263, que liga Goianésia do Pará a Tucuruí, se encontra em péssimo estado.

Há anos a situação dessa rodovia atormenta motoristas que dela precisam, conforme notícia publicada em 2019, neste Blog do Zé Dudu (confira aqui). Os problemas persistem e o governo atua com paliativos que não resolvem os problemas, apenas atenuam situação de interdição, o que é comum nesse trecho.

A situação é caótica em todo o país, uma vez que, a cada dez quilômetros das estradas brasileiras, quase sete são considerados problemáticos e têm avaliação regular, ruim ou péssima, de acordo com o levantamento da CNT.

O estudo analisou um total de 111.502 quilômetros de vias. Para classificá-las, a pesquisa levou em conta critérios como a qualidade da pavimentação, a sinalização e o traçado das vias. Ou seja, características como a geometria das curvas e a inclinação do pavimento.

A pesquisa identificou um total de 2.648 pontos críticos no país, em locais com condições atípicas que interferem na fluidez do tráfego, podem trazer riscos à segurança dos usuários e custos adicionais à administração da via.

A região Norte apresentou os piores índices da pesquisa, com quase 16% da extensão das suas rodovias em péssimas condições, e 25% em condições ruins. O Acre é o estado com a situação mais preocupante: quase metade (48%) das suas estradas estão péssimas e menos de 1% tem condição boa.

As piores rodovias do país

RankingRodoviaUFTrechoGestãoClassificação
520ºAM-010 (Torquato Tapajós)AMManaus a ItacoatiaraPúblicaPéssimo
519ºPB-400PBCajazeiras a ConceiçãoPúblicaPéssimo
518ºBR-364 (Marechal Rondon)ACCruzeiro do Sul a AcrelândiaPúblicaPéssimo
517ºPE-096 (Dom Henrique Soares da Costa)PEPalmares a BarreirosPúblicaPéssimo
516ºMA-106MAGovernador Nunes Freire a AlcântaraPúblicaPéssimo
515ºPE-126PEPalmares a QuipapáPúblicaPéssimo
514ºAC-010 (Estrada de Porto Acre)ACPorto Acre a Rio BrancoPúblicaPéssimo
513ºAP-010 (rodovia JK)APMacapá a MazagãoPúblicaPéssimo
512ºPA-263PAGoianésia do Pará a TucuruíPúblicaPéssimo
511ºBR-174 (Manaus-Boa Vista)AMPresidente Figueiredo a BorbaPúblicaPéssimo

A CNT avalia que os investimentos necessários para recuperar as rodovias brasileiras, com ações emergenciais de reconstrução, restauração e manutenção, somam mais de R$ 94 bilhões. Uma pequena fração desse valor foi aplicado: segundo o estudo, o governo gastou R$ 6,7 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária no ano passado.

Esse investimento aumentou neste ano, segundo a pesquisa, do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, em 2023, de R$ 15,01 bilhões, foram investidos R$ 9,05 bilhões até setembro (60,3%)’’, diz um dos relatórios da pesquisa.

O prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 13,4 bilhões em 2022. Além disso, a pesquisa CNT estima que haverá, neste ano, um consumo desnecessário de R$ 1,1 bilhão de litros de diesel devido à má qualidade da malha rodoviária. ‘’Esse desperdício custará R$ 7,49 bilhões aos transportadores’’, alerta o documento.

A tendência é de que a situação fique ainda pior, visto que o período de chuvas na região Norte já começou e se estende até os três primeiros meses de 2024.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.