Operação prende suspeitos de serem os mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

Os irmãos Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa foram presos nesta manhã, acusados de serem os principais mandantes do duplo assassinato
Chiquinho Brazão (conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro), o delegado Rivaldo Barbosa (ex-chefe da Polícia Civil do Rio) e Domingos Brazão (deputado federal do União Brasil/RJ), foram presos como os principais mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, há seis anos

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Conforme o Blog do Zé Dudu publicou em 23 de janeiro, neste domingo (24), uma operação conjunta da Polícia Federal (PF), da Procuradoria Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu os três suspeitos de serem mandantes do duplo assassinato da vereadora Marielle Franco, do motorista Anderson Gomes, e de ferir a assessora da vereadora, Fernanda Chaves, em 14 de março de 2018. As prisões confirmaram o teor da reportagem do Blog e acrescentarm dois novos suspeitos que foram presos.

Vereadora do PSOL-RJ, Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram fuzilados por dois ex-policiais envolvidos em grupos do esquadrão da morte do Rio de Janeiro, a mando de autoridades do estado

Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), seu irmão, o ex-deputado estadual pelo MDB, Domingos Brazão, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. O União Brasil publicou uma nota na manhã deste domingo, informando que vai pedir a expulsão do deputado Chiquinho Brazão de seus quadros.

A prisão preventiva ocorre após o anúncio da homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o responsável por executar a vereadora e o motorista dela, Anderson Gomes. Os investigadores também trabalham para descobrir a motivação do crime. Em depoimento, o comparsa de Élcio Queiroz – que, segundo a investigação dirigia o carro usado no crime – citou o deputado Chiquinho Brazão, o que motivou a remessa do caso para o STF.

A ação da PF, nomeada como Operação Murder Inc., também cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na capital carioca expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Polícia Federal, a ofensiva tem como objetivo principal investigar os apontados como “autores intelectuais” dos homicídios, mas também são apurados crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

A operação também conta com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública e um grupo especial da Polícia Federal criado na gestão do ex-ministro da Justiça Flávio Dino, em comum acordo com o governador do Rio de Janeiro Cláudio Cstro (PL-RJ).

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.