No Pará, índios queimam ponte para cobrar estrada e carro do governo

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Líderes caiapós querem que governo federal melhore as estradas que ligam as aldeias à BR-163 e veículos para tribos da região

Líderes indígenas caiapós mantém interditada desde segunda-feira a BR-163, na altura da cidade de Novo Progresso, no Pará. No início dos protestos, eles apreenderam máquinas utilizadas nas obras de pavimentação da rodovia e, nesta quinta-feira, queimaram uma ponte a 16 quilômetros da sede de Novo Progresso, cidade distante 1.800 quilômetros de Belém.

Os indígenas cobram do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) a melhoria de ramais rodoviários para ligar as aldeias à BR-163. Eles também reclamam da falta de assistência médica na região. Além dos Caiapós, índios das aldeias Pukanu, Baú Pungraity e Kawatum também participam da manifestação.

Eles exigem de representantes do Dnit de Brasília e também da Fundação Nacional do Índio (Funai) garantias de quando as obras de recuperação das estradas vicinais das aldeias da região serão iniciadas.  Os índios reclamam que as estradas vicinais estão intrafegáveis. Eles também pedem a construção de uma casa de saúde indígena, de uma casa de artesanato, uma casa cultural e mais dois veículos para as aldeias da região.

Atualmente, uma equipe do governo federal está em Novo Progresso negociando a liberação da rodovia.

Conforme informações de moradores de Novo Progresso, na segunda-feira os índios tomaram as chaves do maquinário da empresa JM Terraplanagem, responsável pelas obras na BR-163, e quinta-feira queimaram a ponte sobre o rio Disparada, no único acesso de Novo Progresso a Mato Grosso, Estado vizinho. Armados com flechas e revólveres, eles também ameaçam sequestrar caminhoneiros e até tocar fogo em tratores e em outros equipamentos.

Eles também dizem que podem incendiar os canteiros de obra caso não cheguem em um acordo ainda nesta sexta-feira (16). Os moradores de Novo Progresso temem que eles queimem também outras pontes de ligação do município com o sul do Pará, deixando a cidade totalmente isolada.

Fonte: Último Segundo