Murilo Ferreira deixará a presidência da Vale em maio

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A Vale acaba de informar oficialmente que Murilo Ferreira não vai renovar o contrato de presidente da companhia, em 26 de maio deste ano. O executivo estava desde maio de 2011 no cargo, após 30 anos de trabalho no setor de mineração.

Ferreira enfrentava pressões externas e de investidores para se manter na Presidência da Vale. No fim do ano passado, ele iniciou uma contraofensiva para se manter no cargo com a intenção de conquistar a simpatia de parlamentares do PMDB e do PSDB. Integrantes da bancada mineira dessas legendas, insatisfeitos com demissões feitas pela empresa em Minas Gerais em 2015 e com o impacto do acidente da Samarco — na qual a Vale tem 50% —, articulavam a substituição de Ferreira.

Na época, em setembro último, a avaliação de fontes era que, mesmo com a pressão dos parlamentares mineiros, Temer estaria disposto a esperar o fim do mandato de Ferreira, em maio, para uma eventual troca de comando na Vale, justamente devido à má repercussão que isso teria entre os investidores.

Murilo Ferreira vai participar de uma teleconferência com investidores nesta sexta-feira. A disputa pela vaga de Murilo está acirrada. Um dos nomes é de Clovis Torres, diretor de Recursos Humanos, Sustentabilidade, Integridade Corporativa e Consultoria Geral da mineradora, que teve papel importante na ofensiva a favor de Ferreira. Outro nome citado por quem acompanha as negociações é o de Tito Martins, que foi diretor financeiro da Vale e hoje é diretor-presidente Votorantim Metais. Ex-diretor de Ferrosos da mineradora e que hoje é conselheiro da NovaAgri (empresa de commodities agrícolas), José Carlos Martins também vinha sendo citado para o cargo. Ele saiu da Vale em novembro de 2014 e estava na linha de sucessão de Roger Agnelli, ex-presidente da companhia, morto em acidente em março de 2016. Disposto a voltar para a empresa, ele estaria se aproximando de políticos mineiros do PMDB e do PSDB.

EMPRESA DESTACA LEGADO

Em comunicado, a empresa destacou que “com sua experiência, dedicação e respeito às pessoas e à vida, Murilo deixa um legado para todas as futuras gerações de executivos e funcionários da Vale”. O texto cita ainda que o executivo liderou a Vale durante um período de muita turbulência na indústria da mineração mundial e enfrentou alguns dos momentos mais difíceis da história da empresa.

“Em sua gestão, a Vale se tornou uma empresa mais enxuta e mais ágil, aumentando significativamente sua competitividade operacional e mantendo um nível de endividamento saudável”, aponta o comunicado.