Morreu nesta terça-feira (2), aos 114 anos, de causa não revelada, o venezuelano Juan Vicente Pérez Mora, reconhecido pelo Guinness Book — o livro dos recordes — em 2022, como o homem mais velho do mundo. “Juan Vicente Pérez Mora transcendeu para a eternidade aos 114 anos […] Ele concedeu à Venezuela o Recorde Guinness por ser o homem mais velho do mundo”, declarou o presidente Nicolás Maduro em um comunicado.
Oficialmente reconhecido como o homem mais velho vivo em 4 de fevereiro de 2022, quando tinha 112 anos e 253 dias, Pérez Mora deixou um legado como pai de 11 filhos, avô de mais de 40 netos, bisavô de 18 e trisavô de 12.
O agricultor, conhecido como “Tio Vicente”, nasceu em El Cobre, estado de Táchira, em 27 de maio de 1909, sendo o nono filho de uma família de dez irmãos.
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“Desde os cinco anos, ele trabalhou com seu pai e irmãos na agricultura, ajudando na colheita de cana-de-açúcar e café”, relatou o Guinness ao reconhecê-lo como o homem mais velho do mundo.
O “recorde” não leva em conta pessoas que não se inscreveram ou foram verificadas pelo livro, como o brasileiro conhecido como “terror do INSS”, o aposentado Andrelino Vieira da Silva, 123 anos, justamente por ter atingido idade avançada fora do comum.
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Andrelino ficou famoso em 2022 depois que uma foto tirada em seu aniversário de 121 anos, celebrado em fevereiro daquele ano , viralizou nas redes sociais. Na imagem, o aposentado, que nasceu em 1901, segurava um bolo temático com o símbolo da Previdência Social e a frase “O terror do INSS”, o que motivou o então presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), José Carlos Oliveira, e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, presentearam o idoso com uma placa.
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O aposentado nasceu no dia 3 de fevereiro de 1901, em Anicuns, na região central de Goiás. Ele foi casado, teve sete filhos, sendo que cinco estão vivos. Além disso, ele tem 13 netos, 16 bisnetos e um tataraneto.
Um copo diário de aguardente
Nascido em 27 de maio de 1909 na cidade de El Cobre, estado de Táchira, no oeste da Venezuela, Pérez é oficialmente o homem “mais velho”, assegurou o Guinness World Record, que realizou a verificação em 4 de fevereiro de 2022.
“Ele tinha saúde e memória excepcionais. Lembra de sua infância, casamento, os nomes de seus irmãos, filhos e netos. Ele adora estar cercado pela família e amigos”, informou a organização em comunicado.
O segredo desse homem para uma vida longa inclui, além de trabalho duro e uma boa noite de descanso, “beber um copo de aguardente todos os dias”, informou o Guinness.
A pessoa viva mais velha do mundo é uma francesa, a irmã André, cujo nome de batismo é Lucile Randon, nascida em 11 de fevereiro de 1904. Ela tem 1120 anos.
Brasileiras desafiam recorde, mas processo do Guinness é burocrático
Antes de Lucile Randon, a pessoa mais velha do mundo era Kane Tanaka, que vivia na região de Fukuoka, sudoeste do Japão, e morreu em abril de 2022.
Antes mesmo de Tanaka morrer, o Brasil já tinha, em 2022, duas brasileiras que se destacavam por sua longevidade, inclusive “desafiando” o recorde da japonesa.
Na cidade de Pilar, na Grande Maceió, a aposentada e ex-agricultora Josefa Maria da Conceição, fumante inveterada, completou mais um ano de vida no mês de fevereiro — e, segundo sua família, chegou aos 122 anos.
Isabel Alves de Carvalho, que também diz ter 122 anos, recusa o tabaco e bebida para se manter viva e ser uma das pessoas mais velhas do mundo.
Isabel é uma moradora de Bacabal (MA) dedicada à igreja evangélica, da qual virou fiel há 50 anos, e a tutora Maria Reis contou que ela nunca consumiu bebidas alcoólicas e nem fumou por causa disso.
Ainda assim, nenhuma das duas teve o nome ostentado no Guinness.
No caso da Josefa, em 2019, o prefeito de Pilar, Renato Filho (MDB), fez contato com o Guinness Book no Brasil para tentar registrar o recorde. Ele afirmou que os responsáveis pela auditoria de idade do livro cobraram um valor de US$ 12 mil (em torno de R$ 50 mil), como despesa para reconhecer a marca.
Já em relação a dona Isabel, a família dela até tentou reivindicar o título, mas esbarrou na falta de conhecimento sobre os procedimentos necessários. “Nunca nos procuraram, do livro. A gente que pensou em procurá-los. Até juntamos uns documentos, mas não conseguimos dar continuidade”, explica um dos filhos adotivos, Edilson de Carvalho.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.