Marabá: Rio Tocantins se aproxima dos 10 metros e primeiros abrigos são construídos

Mais famílias começam a chegar e estão debaixo de lonas junto dos seus pertences. Prefeitura constrói abrigos
Mesmo embaixo de chuva, mais abrigos estão sendo construídos na manhã desta sexta-feira (17), em Marabá

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Na manhã desta sexta-feira (17), o município de Marabá mais uma vez amanheceu sob forte chuva. A régua fluviométrica do Rio Tocantins chegou aos 9,88 metros e, apesar de ainda não alcançar a cota de alerta que a Defesa Civil local usa como parâmetro, muitas pessoas deixaram suas residências pela Praça Paulo Marabá, na entrada da Marabá Pioneira, por conta da água que já chegou dentro de casa.

Ao todo, 14 famílias estão no local desde a última terça-feira (14), mesmo sem apoio oficial da prefeitura. Crianças, jovens, adultos e idosos ficaram, inicialmente, embaixo de lonas pretas compradas do próprio bolso. Na tarde desta quinta (16), os abrigos começaram a ser construídos, mas não foram suficientes para a demanda – apenas oito famílias foram abrigadas. 

A chuva que atinge Marabá nesta manhã prejudica ainda mais as condições em que essas pessoas se encontram. A idosa Maria do Rosário, de 70 anos de idade, foi uma das que não tiveram espaço no abrigo erguido com madeirite e coberto com telha Brasilit. Ela e o filho Antônio passaram a noite sentados em cadeiras, embaixo de uma cobertura improvisada com pedaços de pau e coberta de plástico. “Todo ano é esse sofrimento. A gente mora na Rua São Pedro, uma das primeiras a serem alagadas. Não temos condição de ir para um lugar mais alto, não tenho dinheiro,” diz ela, que vive da aposentadoria de um salário mínimo.

A Prefeitura de Marabá parece ter se atentado que a cota de alerta de 10 metros não é, de fato, a que deve medir a construção dos abrigos. Caminhões com mais madeira estão chegando à pracinha para que sejam construídos mais, uma vez que mais pessoas devem deixar suas casas ao longo do dia. Banheiros químicos foram colocados no local para auxiliar aqueles que, nos próximos dias, residirão por ali.

Marcos Andrade, coordenador da Defesa Civil Municipal, alega que essas famílias não foram atingidas pela enchente dos rios Tocantins e Itacaiúnas, mas sim pela chuva. Parte da Avenida São Pedro está debaixo d’água desde ontem, então, seja pela chuva ou pela cheia dos rios é preciso auxiliar e dar condições básicas para quem teve que sair de casa.