Marabá: MP pede gravação e deve investigar denúncia de Salame sobre Mensalinho

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Por Ulisses Pompeu – de Marabá

A segunda-feira (21) foi agitada no meio político depois do discurso do prefeito João Salame Neto (PPS) na última sexta-feira falando sobre pressão de vereadores por contratações e da existência de mensalinho’ para edis no governo Maurino Magalhães (PR). O assunto gerou reportagem na última edição do CORREIO DO TOCANTINS e provocou reações dentro da Câmara Municipal, que apesar de estar em recesso viveu um dia dos mais movimentados ontem, com seguidas reuniões na sala da
Presidência.

O assunto em pauta era, lógico, a situação criada com o discurso, principalmente para os nove vereadores reeleitos. Entre 10 horas e as 15 horas, 19 dos 21 vereadores desta legislatura passaram
pela sala da presidente Júlia Rosa (PDT), a maioria cobrando um posicionamento público imediato da Casa de Leis, de forma a resguardar os seus membros.

Pelo menos duas versões da nota foram escritas antes da que efetivamente foi enviada aos jornais impressos no final da tarde de ontem. A razão era bem simples: alguns dos vereadores queriam um texto contundente, porém outra parcela defendia a elaboração de uma nota mais diplomática, que não aumentasse a tensão com o poder Executivo. Esta última corrente vigorou.

Ao mesmo tempo, o prefeito João Salame viajou para Brasília (DF), em deslocamento que já estava anunciado desde a última semana, para compromissos políticos. A sua assessoria não divulgou nota sobre o ocorrido, contrariando o que previam alguns aliados do gestor.

PROMOTORIA
A gravidade das palavras do prefeito está justamente no fato de que ele relata ter conhecimento de um crime. Situação similar, envolvendo grandes autoridades da República, acaba de gerar sentenças de prisão para ex-deputados e ministros de governo, em ações que tramitaram no Supremo Tribunal Federal.

De olho nisso, o Ministério Público, por meio do Promotor de Justiça Júlio César Sousa Costa, oficiou à Editoria do CORREIO DO TOCANTINS nesta segunda-feira (21) pela manhã, solicitando cópia da gravação do discurso. Diz o promotor: “Ante a possibilidade de instauração de procedimento administrativo e a fim de analisar sob a ótica legal os fatos descritos na reportagem publicada na Edição 2.471 deste conceituado jornal, à Folha 03, do Caderno 1, com data de 19 a 21 de janeiro de 2013, tendo como título ‘Prefeito denuncia que existia mensalinho na Prefeitura de Marabá’, é que solicito de vossa senhoria, com fundamento do Art. 26, II, da Lei nº 8.625/93, uma cópia de áudio da mesma a ser entregue ao oficial do MP, portador deste ofício, mediante gravação em pen-drive”.

O ex-prefeito Maurino Magalhães de Lima, titular do governo sobre o qual recaem as acusações, mas não foi encontrado.

Salame está hoje em Brasília, onde foi peregrinar por vários ministérios para firmar convênios para trazer recursos para Marabá.

Um interlocutor jurídico do blog em Marabá observa que, apesar da interferência do MP, Salame não será obrigado a delatar os nomes que viu na referida lista do mensalinho.

5 comentários em “Marabá: MP pede gravação e deve investigar denúncia de Salame sobre Mensalinho

  1. Fabiana Silva Responder

    Isso é culpa do povo de Marabá, vejam bem, a maioria dos vereadores compraram votos e isso só aconteceu porque há eleitores corruptos e desonestos como eles. A câmara é o retrato dos eleitores, como o eleitorado pode cobrar honestidade se não possui? E podem me bombardear, mas é verdade mesmo, o que existe muito é hipocrisia e por isso esse país nunca vai pra frente, porque enquanto as pessoas não se conscientizarem que a venda de votos é tão ruim pro país quanto o político que o compra, o país vai continuar do mesmo jeito e Marabá pior ainda!!!

  2. Anônimo Responder

    Já tem um vereador que vive na Prefeitura e Secretaria de Saúde atrás de vagas para os seus “amigos” e sabemos bem quem é esse sujeito, na gestão passada mandava e desmandava na saúde de Marabá. Acabe com isso prefeito, estamos com o senhor.

  3. Anônimo Responder

    Tem que quebrar o sigilo bancário das contas desses vereadores, para saber quem recebia isso, enquanto os servidores não recebiam sequer salário.

  4. Angela Costa Responder

    Acho realmente incrível, quando um vereador vai para a televisão falar dos abusos dos plantões de médicos, quando ele mesmo recebia quantias exorbitantes para deixar passar decisões contra os funcionários, pois desde o início dos desmandos do prefeito anterior já haviam denúncias feitas pelos servidores e os vereadores o que fizeram? Mandaram o cara receber prêmio na Alemanha e ainda falam de pessoas que dão duro trabalhando nos hospitais municipais dia e noite, feriados, dias santos, etc, fala sério. Espero que o Sr João Salame realmente tenha a intenção de moralizar essa cidade, por que esses 4 anos passados precisam desaparecer da lembrança da população, foi um desastre político e feito pelos políticos da cidade. O pior é ainda colocar político para ocupar cargos na prefeitura, se foram votados como vereadores é para serem vereadores.

  5. anonimo Responder

    Isto e uma vegonha para povo de Marabá que elegeu a maioria dos vereadores da lesgislatura passada, como dinheiro na mão não fica
    fora.

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