Inflação do Pará foi 4ª maior do Brasil em abril, diz IBGE

Enquanto índice do Brasil foi de 0,31% mês passado, no Pará bateu 0,7% e ficou atrás apenas do verificado no Acre (0,96%), Sergipe e Ceará (ambos em 0,75%). Transporte já acumula 7%

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril no Pará, que tem a capital paraense Belém como referência, foi de 0,7%, ficando 0,1 ponto percentual abaixo da taxa verificada em março (0,8%). Apesar da queda, o IPCA do estado em abril — que nada mais é senão a inflação — foi mais de duas vezes maior que o índice brasileiro, de 0,31% no mês passado. No ano, a inflação paraense acumula alta de 2,9%, acima da média nacional, de 2,37%.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que se debruçou sobre a íntegra dos dados do IPCA divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Pará, comer e beber ficou 0,6% mais caro em abril, sobretudo para quem gosta de bebidas como cervejas e refrigerantes, que saltaram 2,61%; carnes, que aumentaram 1,74%; enlatados e conservas, que subiram 1,54%; e sal e condimentos, que cresceram 1,53%. No ano, os gastos com alimentação e bebida estão 2,86% maiores.

Despesas ainda mais robustas são verificadas no grupo de transportes. Em abril, os gastos subiram 1,23% e, em apenas quatro meses completos do ano, aumentaram 7,08%. O maior aumento no mês passado foi apurado no item combustíveis, de 2,48%. Outro item que também pesou no bolso da população foram os gastos com transporte público, na ordem de 1,8%.

Além disso, ficaram mais caros para os paraenses no mês passado os artigos de residência (0,79%), as despesas com educação (0,27%), comunicação (0,12%), pessoais (0,36%), saúde (1,53%) e, principalmente, vestuário (1,55%), este último o qual vinha em queda. O salto, especificamente no setor de vestuário, ocorreu entre os itens de joias e bijuterias (2,66%) e roupa masculina (1,92%).

O lado cruel das estatísticas é que o salário não aumenta no mesmo ritmo. Enquanto a inflação não dá trégua ao paraense, o rendimento médio de um trabalhador assalariado do estado é de apenas R$ 1.727. Mas o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que o salário mínimo necessário para um brasileiro sobreviver era, em abril, de R$ 5.330,69, sonho ultradistante da realidade.