Grupo investe em sistema que forma mão de obra para ‘montar’ casas, hoje aplicado com sucesso na construção de um conjunto habitacional em Tucuruí

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Por Fernanda Campos – de Tucuruí

Treinado, trabalhador passa a ganhar 50% a mais, atua como multiplicador da técnica e contribui na diminuição da rotatividade nos canteiros de obras de regiões distantes 

Custo 30% menor na obra, da implantação ao acabamento. Contingente de trabalhadores reduzido de 900 para 150 pessoas. Entrega do imóvel no prazo prometido ao cliente ou até antes, e a manutenção do preço da unidade ao longo da construção. São dados que a divisão especializada em imóveis econômicos da Tech Casa deverá registrar com um de seus empreendimentos, em Tucuruí (PA), graças à adoção de um sistema construtivo conhecido como Fábrica de Casas. 

Implantado desde 2005, o sistema Fábrica de Casas está impulsionando o conjunto habitacional da Tech Casa em Tucuruí, com 890 unidades e previsão de entrega da 1ª fase para julho de 2014.  O modelo tem resultado na conclusão de duas casas de 50 m² por dia, de acordo com o engenheiro civil Jason Canté, gerente geral de Obras da Regional Norte da Tech Casa.

Baseado na utilização de kits prontos, materiais pré-moldados e na compra prévia de material de construção, a metodologia permite, por exemplo, que a estrutura de uma casa seja executada com a participação de apenas oito pessoas. Incluindo a etapa de acabamento, cada unidade do condomínio deverá ficar pronta em sete dias, segundo prevê o engenheiro. 

Os benefícios da Fábrica de Casas podem ser medidos ainda no tocante ao contingente de trabalhadores envolvido na obra. Canté ressalta que no estágio atual do empreendimento de Tucuruí, pelo método convencional seriam necessários 300 trabalhadores para a entrega ocorrer no prazo determinado, ante 50 que atuam canteiro. Até o final, calcula o gerente, cerca de 150 trabalhadores irão trabalhar no local. Se a obra, contudo, seguisse a metodologia tradicional, pelo menos 900 trabalhadores teriam de ser mobilizados para cumprimento do cronograma.

“Outro grande benefício da Fábrica de Casas é que após seis meses de treinamento o ajudante de pedreiro passa a trabalhar como um ‘montador de casas’, aprende fazendo. Esse profissional passa a ganhar 50% mais, torna-se fiel à nossa empresa e assim ajuda-nos a enfrentar a dificuldade por mão de obra especializada em regiões mais afastadas dos grandes centros, como é o caso de Tucuruí”, acrescenta Canté.    

Canté assinala que sua experiência profissional com a Fábrica de Casas não é recente. Ele já liderou a aplicação do método nas cidades de Ananindeua (PA) e no bairro Castanhal, na capital Belém, que receberam projetos similares ao de Tucuruí. Em Curitiba (PR), Canté comandou um canteiro de obras que ergueu 886 unidades habitacionais no período de 14 meses, dez meses a menos do que era previsto. 

Além de sua atividade de engenharia e execução de obras de outras Incorporadoras, a Techcasa, através de suas subsidiárias Casapinar e TechDI, prevê lançar e construir em torno de 20 mil unidades habitacionais para a população de baixa renda entre este ano e o final de 2018. Esses projetos resultarão num VGV próximo a R$ 2 bilhões. O grupo pretende também expandir sua atuação no segmento econômico para o interior paulista – adquiriu terrenos nas regiões de Cotia, Guaratinguetá, Lorena, Piracicaba e São Bernardo do Campo, entre outras. 

No Pará, os próximos lançamentos serão em Marituba, Parauapebas e na capital Belém, provavelmente no primeiro semestre do ano que vem. O estado do Amazonas é outra região do Norte do País onde a empresa já desenvolve negócios há mais de seis anos.

O empreendimento de Tucuruí foi desenvolvido para um público local e também para funcionários públicos que não tinham casa própria e pagavam aluguéis acima de R$ 700. Esse modelo deve servir de base para os futuros lançamentos na região, voltados ao público com renda entre 6 e 8 salários mínimos. 

“Nossa estratégia é atuar com força nas áreas que não despertam o interesse direto das grandes incorporadoras”, resume Canté. “Procuramos regiões onde há grandes empresas no entorno ou que atravessem ciclos de desenvolvimento econômico acelerados, como Parauapebas e Tucuruí”, finaliza.