Nesta quinta-feira (13), a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completa 37 dias. No Pará, de 41 agências, 80% aderiram à greve, entre elas, a agência de Parauapebas. A paralisação das atividades tem deixado os usuários da previdência com dúvidas sobre a previsão no atendimento e se haverá prejuízo na concessão de benefícios.
Mesmo em greve, muitos usuários estão procurando a agência local para reagendamentos e informações sobre o atendimento. A dona de casa, Aline Souza, deu entrada no salário-maternidade no dia 12 de março e teve sua entrevista marcada para a última quarta-feira, 12 de agosto, o que não aconteceu. Ela relata que depois de esperar cinco meses, precisou reagendar o procedimento.
“Além de demorar muito esse atendimento, quando conseguimos marcar não somos atendidos por causa da greve. Minha entrevista foi remarcada para o dia 12 de dezembro, vou precisar esperar mais três meses para ter uma resposta. Acho um descaso do governo”, disse a usuária.
Segundo Heitor Ronald, proprietário de uma empresa especializada em Consultoria Previdenciária, os usuários que já haviam agendado atendimento não serão prejudicados. “Tem uma equipe trabalhando internamente para fazer as remarcações, tanto para aposentadoria, perícia e qualquer outro tipo de benefício. Todos os beneficiários que já tinham atendimento marcado não serão prejudicados, pois quando for aprovado o benefício, o usuário receberá na data de entrada do requerimento”, garante.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Estado do Pará (SINTPREVS/PA), as negociações estão lentas, visto que o Governo Federal promete, mas não apresenta uma proposta por escrito. Nos dias 11 e 12 de agosto, servidores do INSS de diversos estados participaram de uma marcha em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, a fim de pressionar o governo.
Entre as reivindicações estão: reajuste de remuneração de acordo com a inflação, reposição salarial de 27,3%, incorporação das gratificações, fixação de 30 horas de trabalho para todos os servidores, Plano de Cargos e Carreiras (PCCR), realização de concurso público para repor quadro funcional, fim do assédio moral, isonomia salarial e paridade entre ativos e aposentados. Os servidores também denunciam as precárias condições de trabalho enfrentadas em algumas agências.
Conforme o SINTPREVS/PA, enquanto não for apresentada uma proposta escrita ao movimento grevista, as agências continuarão sem atendimento.