Estudantes de medicina vestem preto e protestam na Uepa de Marabá

A manifestação pacífica ocorreu na manhã desta quarta-feira, 29, quando eles saíram das salas de aula e ocuparam o pátio da instituição
Estudantes de medicina ocuparam o pátio do Campus de Marabá vestidos de preto em protesto contra a falta de professores

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Normalmente vestidos de branco para as aulas e estágio, os estudantes de medicina do Campus da UEPA (Universidade Estadual do Pará) foram à universidade vestidos de preto, como forma de protestar contra a falta de professores efetivos e colocaram faixa com a frase “Luto pela medicina”.

A manifestação pacífica ocorreu na manhã desta quarta-feira, 29, quando eles saíram das salas de aula e ocuparam o pátio da instituição, na Agrópolis do Incra, no núcleo Cidade Nova. O corpo discente vestiu preto e levantou faixas de “Luto pela Medicina”, como ato de manifesto.

O curso de medicina em Marabá teve aula inaugural em 2013, e atualmente conta com 11 turmas efetivas, com cerca de 200 estudantes. A presidente do Centro Acadêmico de Medicina, Milena Marques, que cursa o 3º ano, explica que os docentes não são de Marabá e o quadro de professores está longe do prometido pela universidade.

Milena revela que houve um Processo Seletivo para contratação de novos professores, mas curiosamente apenas duas vagas foram ofertadas, número insuficiente para suprir as necessidades da faculdade. “Necessitamos de mais seis vagas, pelo menos, para que as aulas sejam realizadas minimamente. Até mesmo os que estão no último ano do internato sofrem com a falta de professores”, critica.

Carla Dias, mãe de um aluno do curso, lamenta as condições que a Uepa está deixando o curso de medicina em Marabá e teme que o filho não consiga absorver os conhecimentos necessários para ser um bom profissional, no futuro. “Já estamos avaliando a possibilidade de conseguir transferência para uma instituição mais qualificada, com melhor estrutura acadêmica”, diz Carla.

Eduardo Henrique diz que o curso de engenharia ambiental padece do mesmo mal de medicina

Eduardo Henrique, aluno do terceiro período de Engenharia Ambiental, não participou do protesto dos estudantes de medicina, mas disse que seu curso passa pelo mesmo dilema, com apenas um professor a cada 15 dias, porque eles vêm geralmente de Belém para ministrar aulas. “Fica uma coisa corrida e não temos um corpo docente do próprio Campus de Marabá, embora o curso seja antigo”, explica.

Uepa se manifesta

Em nota à Imprensa, a Uepa informou o seguinte:

“A Universidade do Estado do Pará (Uepa) informa que os professores aprovados no Processo Seletivo Simplificado estão em fase de contratação. A Uepa também está em tratativa com a Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad) para expansão de vagas”.