Em ano de ouro, faturamento de Parauapebas “sussurra” em R$ 3 bilhões

Receita líquida da prefeitura da Capital do Minério superou a de 12 capitais de estado, uma das quais com mais de 1 milhão de habitantes; veja quem ficou para trás na corrida do dinheiro vivo

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A prestação de contas oficial final da Prefeitura de Parauapebas de 2021 é a mais robusta de todos os tempos. No ano passado, a arrecadação bruta processada pela administração do prefeito Darci Lermen por pouco não tocou R$ 3 bilhões, algo não visto por quase metade das capitais brasileiras.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que apreciou os mínimos detalhes dos balanços fiscais apresentados pelo governo de Lermen aos órgãos de controle externo. A receita bruta totalizou R$ 2,937 bilhões e a líquida — aquela da qual já são feitos os descontos constitucionais e que representa o “dinheiro vivo” disponível para uso — fechou em R$ 2,798 bilhões. Ressalte-se que arrecadação engloba tudo o que ingressa nos cofres do município em determinado período, como royalties, impostos, taxas, cotas de fundos, entre outras fontes de receita.

Apenas nos meses de março e abril a receita líquida da Prefeitura de Parauapebas ficou abaixo dos R$ 200 milhões. Em compensação, quase tocou R$ 300 milhões em outubro. Em média, a receita líquida mensal de Parauapebas ficou em R$ 233 milhões, o que implica um volume de dinheiro vivo suficiente para tomar conta de um município como Redenção durante o ano inteiro. E tem mais: o que o governo de Darci Lermen faturou a cada mês de 2021 seria mais que suficiente para manter 90% dos 5.570 municípios brasileiros por 365 dias.

Confira dados exclusivos do faturamento da Prefeitura de Parauapebas ao longo de 2021 preparados pelo Blog do Zé Dudu.

Maior que capitais

Já não é novidade que a Prefeitura de Parauapebas movimente mais dinheiro que muitas capitais de estado. Inclusive, no ano passado Parauapebas intimidou Belém, capital paraense, que registrou receita líquida de R$ 3,345 bilhões — apenas R$ 400 milhões a mais que a prefeitura da Capital do Minério, a menor diferença de receita entre as duas da história.

Quais seriam, então, as capitais surradas por Parauapebas em arrecadação? O Blog do Zé Dudu foi atrás da resposta, levando em consideração o balanço oficial consolidado de 2021 apresentado pelas prefeituras das capitais. Ao todo, 12 capitais registraram receita inferior à de Parauapebas, uma delas com mais de 1 milhão de moradores.

Maceió arrecadou pouco mais de R$ 2,5 bilhões para usar na administração de serviços básicos, bem como na implementação de políticas públicas, para seus 1,032 milhão de moradores. E a capital alagoana não é caso isolado de “taca” recebida no confronto com Parauapebas. A capital amapaense, Macapá, teria de passar três anos para arrecadar o que a Capital do Minério ajuntou em um. É mole ou quer mais?

CAPITAIS QUE ARRECADARAM MENOS QUE PARAUAPEBAS EM 2021

Cuiabá-MT — R$ 2,796 bilhões

Natal-RN — R$ 2,629 bilhões

Maceió-AL — R$ 2,565 bilhões

João Pessoa-PB — R$ 2,521 bilhões

Florianópolis-SC — R$ 2,141 bilhões

Vitória-ES — R$ 2,135 bilhões

Aracaju-SE — R$ 1,965 bilhão

Porto Velho-RO — R$ 1,591 bilhão

Boa Vista-RR — R$ 1,485 bilhão

Palmas-TO — R$ 1,343 bilhão

Rio Branco-AC — R$ 1,069 bilhão

Macapá-AP — R$ 915,61 milhões