Dono de hotel e fazendeiro se revolta com morte e carbonização de funcionários

“Evandro Cegão” grava vídeo indignado com ação de criminosos e responsabiliza os sem-terra pelo caos em sua propriedade

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O assunto mais comentado nas redes sociais nesta quinta-feira, 30, em Marabá, foi um vídeo gravado pelo fazendeiro conhecido por “Evandro Cegão” (ele realmente é cego) em que mostra-se revoltado com a morte de dois trabalhadores de sua fazenda na região do Plano Dourado, na Estrada do Rio Preto.

Além do duplo homicídio, “Evandro Cegão” denuncia que um terceiro trabalhador teria ficado baleado e estaria desaparecido. O vídeo foi gravado no interior da fazenda, tendo ao fundo um barroco que teria sido queimado pelos invasores e, ao lado, o corpo carbonizado de uma pessoa. “Estou indignado com o que aconteceu aqui nesta fazenda, que tem apenas 70 alqueires de terra e fizeram uma chacina aqui”, conta.

Evandro, que é donos de um dos maiores hotéis de Marabá, diz também no vídeo que acionou a polícia, mas que esta não foi ao local, avaliando que os “direitos humanos caem em cima se encontrarem sem-terra aqui: bandidos, ladrões, MST e um partido que criou esse movimento”.

O crime aconteceu no último sábado, dia 25. Os corpos de Arleis Pereira de Sousa, de 31 anos, e Paulo de Tássio da Silva Mendes, de 36 anos, foram removidos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Marabá, com marcas de tiros e carbonizados. Evandro comentou, ainda, sobre o fato de os corpos terem sido carbonizados. “Queimaram o corpo, como eu vou entregar ele pra família? Como vai ter o velório agora? Pra que queimar o cara?”.

No vídeo gravado pelo fazendeiro não fica claro em que circunstâncias ocorreu o ataque ou se há registro de ocupação da propriedade por algum movimento social.

O delegado Ivan Pinto da Silva, do Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá, informou que o brutal assassinato ocorreu em uma fazenda ocupada.

A Reportagem do blog tentou contato com Ayla Ferreira, da direção do MST, para comentar as declarações do fazendeiro, mas seu telefone estava na caixa postal.

Ulisses Pompeu – de Marabá