Discurso da deputada federal Bel Mesquita (PMDB) na Câmara Federal homenageando os 22 anos de Parauapebas

Continua depois da publicidade

    A deputada Bel Mesquita usou ontem (06) a tribuna da Câmara Federal para discursar em homenagem aos 22 anos de emancipação política de Parauapebas.

    Eis o discurso da parlamentar paraense:

    BEL MESQUITA 1

    Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados:

    É com muita alegria que ocupo a tribuna desta Casa para falar que no dia 10 de maio, comemora-se o 22º aniversário da minha Parauapebas, uma cidade de gente pioneira e guerreira.

Regozijo-me com todos e todas que ali habitam, formando um verdadeiro caleidoscópio, onde as formas se delineiam a partir dos movimentos de homens e mulheres advindos de todos os lugares, cenas de um verdadeiro mosaico cultural, expressão genuína da diversidade que nos orgulha e nos destaca.

Não me canso de ressaltar, sempre que posso, a história de Parauapebas, Senhor Presidente. Sei que esta é a forma inequívoca de mostrar ao País a saga de um município que serve de exemplo no cenário nacional.

A realidade de Parauapebas se construiu a passos largos a partir dos anos 60, quando foi descoberta a província mineral de Carajás, no sudoeste do estado do Pará, a cerca de 700 Km de Belém.

Atraídos pelo sonho de tirar da terra as condições para uma vida mais promissora, homens e mulheres de outras regiões foram-se juntando aos índios aos coletores de castanha que moravam no local, dando origem ao povoado.

Pouco depois, em 1981, a Companhia Vale do Rio Doce implantou ali um grande empreendimento, o Projeto Ferro Carajás. Com isso, o fluxo de pessoas se intensificou, e a Vale construiu ao pé da Serra dos Carajás um núcleo urbano para abrigar seus funcionários e os trabalhadores das obras da Estrada de Ferro que ligaria Carajás a São Luís, no Maranhão.

Dessa forma, surgiu a Vila de Parauapebas, planejada para abrigar 5 mil habitantes, mas que logo passou a contar com mais de 20 mil pessoas, entre fazendeiros, madeireiros, garimpeiros e outros profissionais.

A exploração do minério de ferro, do ouro, do manganês e do cobre, o processo de colonização, a perspectiva de melhor qualidade de vida criada pela oferta de empregos atraíam cada vez mais migrantes.

Em 1985, inaugurou-se a Estrada de Ferro Carajás e iniciou-se a luta pela emancipação política do então distrito do Município de Marabá, a 160 quilômetros de distância.

Graças ao empenho de sua gente, Parauapebas alcançou autonomia administrativa em 1988 e, a partir de então, o desenvolvimento se intensificou, prioridades foram estabelecidas, projetos estruturantes foram implementados. Esse conjunto, que é de responsabilidade de todos e de todas nós, construiu a realidade pujante que hoje temos o prazer de mostrar à Nação.

A exploração mineral e, além disso, a crescente atividade agrícola e a exploração de madeira de lei fizeram, em pouco mais de duas décadas, com que o desenvolvimento se acelerasse e a população saltasse para quase 150 mil habitantes no município. Essa gente lutadora, aguerrida, é seguramente responsável por Parauapebas ter uma economia forte, que atrai investimentos e exige a execução de obras estruturantes, sinônimos de progresso e qualidade de vida.

Hoje, a mina de ferro de Carajás gera quase 10 mil empregos e é a principal fonte de recursos do município e uma das principais fontes de divisas para o Brasil.  
Parauapebas exportou, em 2008, 3,8 bilhões de dólares em minérios e é o 8º maior município exportador do País, fato muito relevante, convenhamos, para uma cidade emancipada há apenas 22 anos. Afinal, apenas metade dos municípios brasileiros opera no comércio externo, sendo que os dez primeiros, nos quais se inclui Parauapebas, respondem por mais de um quarto de todas as nossas exportações, nobres Colegas.

Além dessa riqueza mineral, a pecuária local é pujante, com mais de 200 mil cabeças de gado, e a agricultura cresce seguidamente, com a produção de abacaxi, arroz, feijão e mandioca. São elementos que fomentam o PIB municipal e garantem à população uma condição de vida exemplar.

Essas características fizeram com que, durante a crise que abalou o mundo recentemente, Parauapebas pudesse mostrar sua resistência, despontando como um dos pilares de sustentação deste País, em meio à tempestade que passava.

Esses são motivos de orgulho e de alegria, neste transcurso de data, Senhor Presidente. Para mim, e para todos os que conheceram a cidade antes da emancipação política e de outras mudanças pelas quais ela passou nas últimas décadas, este aniversário constitui um marco importante na trajetória não só do município e de sua região geoeconômica, mas principalmente na vida de todas as pessoas que dão vida a Parauapebas.

Foi marcante em minha vida a experiência que tive naquela cidade, na qualidade de professora, Presidente da Fundação de Ação Social e Cultural, Secretária de Saúde e Prefeita. Como tal, orgulho-me de ter contribuído nesse processo, Senhor Presidente.

Parabéns, minha gente querida de Parauapebas! 
Muito obrigada.

[ad code=3 align=center]