Desemprego recua no Pará, mas estado ainda tem um “Santarém” de desocupados

Embora números absolutos tenham melhorado, mesmo entre os 3,868 milhões de paraenses ocupados, 60% são trabalhadores informais, taxa que é a maior do país; rendimento é o 8º pior

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A maior economia da Região Norte viu os dados de desocupação despencarem com vigor no último trimestre do ano passado para o segundo melhor nível dos últimos quatro anos. O Pará entrou 2023 com um volume de 347 mil pessoas com mais de 14 anos desocupadas, muito abaixo dos 524 mil vistos no início de 2021. Com isso, a taxa de desocupação, na ordem de 8,2%, foi a menor desde o final de 2019.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou microdados da recém-lançada Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T) referente ao 4º trimestre de 2022, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (28).

Pelos dados da Pnad, embora os números de desocupação do Pará encontrem-se em queda, o que é positivo, ainda há uma população equivalente à do município de Santarém de cidadãos que gostariam de estar inseridos no mercado de trabalho formal, mas não encontram oportunidade. Além disso, mesmo entre os 3,868 milhões de paraenses ocupados, 60,8% são trabalhadores informais, e a taxa de informalidade do Pará é, disparadamente, a maior do país.

As estatísticas do IBGE revelam ainda que o estado mais rico do Norte ostenta o segundo pior percentual de trabalhadores com carteira assinada, 49,9%, maior apenas que o do estado do Maranhão, 48,3%. Por outro lado, como efeito da falta de oportunidades, o Pará possui o 4º maior exército de trabalhadores por conta própria, os quais representam 30,9% da população formalmente ocupada.

Ganho do trabalhador sobe

O rendimento médio mensal da população paraense devidamente ocupada, considerando-se todos os trabalhos, também chegou ao maior nível desde 2019. No final de 2022, o rendimento fechou em R$ 2.107, ainda assim é o 8º menor do Brasil. O ganho mensal do trabalhador no estado é superior apenas ao de Pernambuco (R$ 2.096), Piauí (R$ 2.056), Paraíba (R$ 2.018), Alagoas (R$ 1.873), Bahia (R$ 1.847), Ceará (R$ 1.798) e Maranhão (R$ 1.701).

Na outra ponta, a Unidade da Federação que paga as melhores remunerações é o Distrito Federal, cujo rendimento médio entrou o ano em R$ 5.007. Na sequência, aparecem os estados de São Paulo (R$ 3.610), Rio de Janeiro (R$ 3.515), Rio Grande do Sul (R$ 3.340), Mato Grosso do Sul (R$ 3.323), Santa Catarina (R$ 3.286), Mato Grosso (R$ 3.253), Paraná (R$ 3.124), Goiás (R$ 2.915) e Espírito Santo (R$ 2.905). A média nacional de rendimento da população ocupada em 2022 foi de R$ 2.918, quase 40% acima da média paraense.