Descarte de máscaras de proteção ao coronavírus começa a virar problema de saúde pública

No sul e sudeste do Pará, municípios como Ulianópolis, iniciaram campanhas orientando a população sobre o descarte correto do EPI, para que este não vire fonte de infecção pelo vírus

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A pandemia do novo coronavírus mudou aos hábitos da população em todo o mundo. Entre os hábitos impostos pela pandemia foi o uso de máscara de proteção contra o vírus.

Mas, junto com esse dispositivo de proteção veio outro problema: o descarte correto das máscaras. No Brasil, onde boa parte dos municípios tornou obrigatório o uso dessa proteção, o descarte já começa a virar também outro problema de saúde pública.

É que descartada de forma incorreta, a máscara pode ser mais um vetor de propagação do vírus, com risco ainda maior às pessoas que sobrevivem da coleta de matérias recicláveis e trabalhadores da limpeza pública.

Nas regiões sul e sudeste do Pará, alguns municípios colocaram campanhas nas ruas para orientar a população sobre a forma adequada e mais segura de descartar essa proteção, sem risco à saúde de outras pessoas.

Um dos municípios que massificaram campanha nesse sentido foi Ulianópolis, no sudeste do Pará. Com o slogan “Não seja infectado pelo vírus da falta de educação, continue pensando no próximo. Após o uso da sua máscara, faça o descarte correto!”, o município vem orientando a população a não jogar na rua, como vem acontecendo, as máscaras usadas.

Com o registro de flagrantes do material jogado em vias pública, Ulianópolis tentar sensibilizar e educar a população que a falta de educação, além de sujar as ruas da cidade, ainda é fonte de propagação do vírus em momento em que todos os esforços estão concentrados em combater a disseminação da doença.

O município orienta que a máscara usada deve ser embalada em um saco plástico e descartada no lixo que não é reciclável. “Com este e outros pequenos cuidados, todos ficarão seguros, desde sua família, até os coletores de lixo e equipes de limpeza das vias públicas”, orienta a Secretaria Municipal de Saúde.

Forma correta de descartar máscaras usadas na proteção ao coronavírus

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em hipótese alguma deve-se descartar as máscaras em lixos urbanos ou na rua, pois o vírus se espalha por partículas aerossóis. Assim, essa máscara na rua, com resíduos de saliva ou secreção, vai disseminar o vírus pelo ar.

A OMS observa que em alguns países foi constatado um índice de contaminação mais elevado próximo aos hospitais de campanha,  onde o descarte de máscaras eram feitos sem os devidos cuidados. Por isso, além de ser fundamental usar máscaras de proteção de maneira correta para evitar a propagação do vírus, o descarte desses equipamentos de segurança também exige cuidados especiais para que não se torne fonte de infecção.

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental orienta que a forma certa e segura de descartar a máscara utilizada é colocá-la em dois saquinhos plásticos – um dentro do outro. O procedimento deve ser feito da seguinte forma: segurando a máscara pelo elástico, insira-a em um saco plástico, amarre bem e depois coloque dentro do segundo saco, dando um nó forte. Em seguida, jogue a máscara usada no lixo do banheiro.

Segundo a associação, é importante que a pessoa não encoste na parte da frente da máscara quando for descartá-la. Após esse processo, higienize as mãos corretamente com água e sabão ou outro material higiênico. Além disso, é importante também identificar o material e não encher demais as sacolas, para que o saco de lixo não estoure.

A indicação de descartar as máscaras no lixo do banheiro, é porque esse resíduo doméstico é considerado um rejeito, ou seja, nenhum coletor de material reciclável vai abrir, porque sabe que não contém nenhum produto reciclável. Esse procedimento é fundamental para as máscaras descartáveis.

As máscaras de pano, que são reutilizáveis, precisam também ser corretamente higienizadas a cada uso. O correto, segundo especialista em saúde, é que esse material seja lavado com água e sabão e solução de cloro, que elimina o vírus. Caso vá descartá-la, o procedimento deve ser o mesmo que o recomendado paras as descartáveis.

(Tina Santos)