Delegação brasileira pronta para o início das Olimpíadas de Tóquio

Bagagem dos atletas levará toneladas de equipamentos anticovid
Uniformes que serão utilizados pela delegação brasileira

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Brasília – A Comissão de Esporte da Câmara ouviu detalhes sobre a preparação dos atletas brasileiros para as Olimpíadas de Tóquio, com as participações do secretário nacional de Esportes de Alto Rendimento, Bruno Souza, e do diretor de Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro, Jorge Bichara.

Segundo as autoridades esportivas, 70 mil máscaras — sendo 65 mil delas descartáveis; 2.400 do tipo N95; e 2.400 máscaras Knit. Doze mil sapatilhas de TNT, conhecidas como propés; 400 litros de álcool em gel; 250 jalecos descartáveis; e 6 mil testes de Covid é uma parte importante da bagagem da delegação brasileira para as Olimpíadas de Tóquio, que, por causa da pandemia, ficaram para este ano e vão começar em poucas semanas, no dia 23 de julho, no Japão.

Segundo Bichara, a meta da delegação brasileira é que pelo menos 10 modalidades esportivas conquistem medalhas e superem o número da Rio 2016, quando o Brasil ganhou 19 medalhas. Para isso, claro, é necessário cuidar da saúde dos atletas.

“O percentual de atletas vacinados, numa parceria que foi estabelecida entre o Comitê Olímpico Brasileiro, o Comitê Olímpico Internacional, o Ministério da Saúde, o Ministério da Defesa e o Ministério da Cidadania, através da Secretaria Nacional do Esporte do ministro João Roma e do secretário Marcelo Magalhães, (todos) nos ajudaram a buscar a viabilização da vacina para a nossa delegação. Em termos de atletas, nós ainda estamos no processo de vacinação, ainda tem atletas sendo vacinados até o dia 12 desse mês, mas nesse momento, em termos de atletas, nós já temos 90% imunizados com as duas doses”, tranquilizou Bichara.

Com 9 entre 10 atletas tendo tomado pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19, a preocupação permanece em alguns detalhes, como o desfile, que precisa de protocolos rigorosos para evitar aglomeração. Os atletas ficarão hospedados preferencialmente em quartos individuais, ou, quando em duplas, almoçarão juntos e andarão lado a lado no mesmo transporte, para diminuir os contatos e facilitar o controle do contato próximo, em caso de testagem positiva para a Covid. Mas Bichara afirma que algumas dúvidas persistem diante de situações novas que podem surgir.

“Por exemplo, se ocorrer uma contaminação numa equipe coletiva, de um número significativo de atletas, se essa equipe vai ter autorização para substituir esses atletas, ou se essa equipe é eliminada da competição esportiva. Isso não está claro pra gente e estamos questionando o comitê organizador, junto a outros países e estamos buscando respostas antes do início da competição esportiva”, explicou o diretor de Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro na audiência.

Ao todo, os Jogos de Tóquio vão reunir pouco mais de 11 mil (11.090) atletas de 206 países, que disputarão 33 esportes que se subdividem em 50 modalidades. O Brasil estará presente em 35 modalidades ou disciplinas.

O diretor de Esporte do COB lembra que, na Rio 2016, a delegação brasileira teve 465 atletas. Foi a maior delegação olímpica brasileira, em condição facilitada porque o Brasil sediou os jogos.

“Nesse momento a gente está com 301 atletas inscritos, mas o que são chamados de atletas alternativos, que compõem a delegação e podem ser utilizados, totalizando neste momento 319 integrantes”, informou Bruno Souza.

Os atletas serão distribuídos em 9 bases em Tóquio. O trabalho de transmissão dos jogos também será reduzido e controlado. Vão ser ao todo 52 pessoas envolvidas em 12 equipes na cobertura esportiva.

O secretário Bruno Souza lembrou o papel do Ministério da Cidadania em dar apoio financeiro ao esporte (como estabelecido na Lei 13.756 de 2018), a partir de recursos das loterias federais.

“Somente no ano de 2020, foram repassados pelas loterias R$ 455 milhões ao Comitê Olímpico Brasileiro e Comitê Paralímpico para aplicação direta nos programas de fomento e preparação de atletas em geral. Está aí uma fonte direta em que estamos envolvidos.”

Além disso, desde 2005, cerca de R$ 1,2 bilhão foi destinado ao Bolsa Atleta. Em 2021 o Orçamento prevê investimentos de R$ 145 milhões e 200 mil. O programa beneficia pouco mais de 7 mil atletas brasileiros (7.197 atletas). Os valores variam entre atletas de base e olímpicos e paralímpicos e vão de R$ 370 a pouco mais de R$ 3 mil por mês.

A Comissão de Esporte ouviu esclarecimentos sobre a participação do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio a pedido do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que apresentou requerimento que foi aprovado na comissão para a realização da audiência pública.

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Mais cedo, O governo do Japão anunciou que Tóquio não receberá torcedores durante os eventos dos Jogos Olímpicos 2020. A decisão, entretanto, não é válida para outras províncias japonesas, que também receberão alguns outros eventos da Olimpíada. Neste caso, cada sede irá decidir se terá espectadores ou não. A decisão ocorre devido ao aumento no número de casos de infectados pela covid-19, especialmente pela nova variante Delta (indiana). A reunião teve a presença de membros do COI e do Comitê Organizador dos Jogos.

Tóquio entra em estado de emergência por causa da covid-19 e vai assim até o fim dos Jogos Olímpicos.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (8), por Tamayo Marukawa, ministra responsável pela organização do evento. A medida ocorre horas após a decisão do governo japonês de adotar o estado de emergência na capital do país durante toda a competição. A Olimpíada ocorrerá de 23 de julho a 8 de agosto, e o estado de emergência estará em vigor até o dia 22 do próximo mês. Os japoneses estão preocupados com o avanço da doença e lentidão da vacinação no país. Atletas brasileiros já chegaram ao Japão, assim como de outras nações.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.

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