De olho no aumento de casos de Covid, Parauapebas vai comprar testes

Com encerramento da testagem em massa patrocinada pela Vale e diante do possível e quase certo aumento do número de casos, prefeitura vai usar R$ 7,3 milhões para diagnóstico rápido.

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As aparências enganam para quem se ilude com a impressão de que a pandemia de coronavírus em Parauapebas acabou. Das 207 mil pessoas já testadas no município, o equivalente a 97% da população municipal, 31 mil apresentaram resultado positivo para a doença até o momento, mas outras 173 mil estão vulneráveis. Na prática, uma eventual disseminação em massa da doença poderia ser mais agressiva e letal que nos meses mais duros, entre abril e junho. O vírus já matou 201 pessoas no município.

Para se precaver de um eventual recrudescimento nos casos, a Prefeitura de Parauapebas vai registrar preços nesta segunda-feira (28) de aproximadamente 54 mil testes para detecção da Covid-19, doença causada pelo coronavírus. São, ao todo, 53.280 testes do tipo RT-PCR, aquele em que se coleta o material do nariz ou da garganta; e outros 540 do tipo sorológico, feito com furo no dedo.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), responsável pela aquisição dos testes, estima gastar até R$ 7,308 milhões com a compra e alega que, devido ao encerramento das atividades de testagem em massa pelo método RT-PCR no “drive-thru” bancado pela mineradora Vale, o poder público municipal necessita agora realizar sua oferta de testes. “Precisamos nos antecipar ao diagnóstico e manejo da doença como rotina, não mais testando em grande escala”, justifica a Semsa.

Grupos de risco

De acordo com a Secretaria de Saúde, Parauapebas tinha em 2019 cerca de 19 mil pessoas diretamente em grupo de risco. Eram cerca de 6.800 idosos, 5.000 gestantes, 5.000 hipertensos, 1.900 diabéticos, 250 pacientes em tratamento de câncer e 110 pacientes renais crônicos. A Secretaria acredita que, hoje, a situação da Covid está estável no município, mas a preocupação é que a doença avance entre aqueles que, mesmo já testados, ainda não tenha contraído o coronavírus.

“Partindo do pressuposto de que se trata de uma doença instável e em relação à qual ainda não se tem total conhecimento, foi solicitada a aquisição de testes com base em cálculo mediano do quantitativo de testes realizados e confirmados em um período de 15 dias considerado estável quando comparado ao pico da doença no município, nos meses de maio e junho”, explica a Semsa, ressaltando que os testes serão utilizados nas unidades da rede de vigilância em saúde, saúde primária, Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e Hospital Geral de Parauapebas.