Brasil registra 500 mil casos prováveis de dengue; Minas Gerais lidera número de mortes

Boletim atualizado na segunda-feira (12) pelo Ministério da Saúde, aponta 75 mortes pela doença no país
Ministério da Saúde monta gabinete de crise para o enfrentamento da epidemia de dengue em vários estados

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Diante dos 500 mil registros de prováveis casos de dengue em 2024, com 75 mortes confirmadas pela doença no país, de acordo com os dados que foram atualizados pelo Ministério da Saúde (MS) na segunda-feira (12), a pasta reforçou as ações de combate à epidemia de dengue mesmo antes do pico, previsto para os próximos dois meses. Situação no Pará é considerada estável.

O número de casos prováveis de dengue ultrapassou a marca de meio milhão de casos no Brasil, segundo o MS. Até as 21h da segunda-feira (12), o país contava com 512.353 casos prováveis, 340 óbitos em investigação e 75 óbitos confirmados por dengue. A região Sudeste detém 60,2 % dos casos.

O número de casos analisados quadruplicou em comparação com o mesmo período de 2023: foram 128.842 no ano passado. Minas Gerais é o Estado com mais mortes por dengue no país, 16. De sexta-feira (9) até esta terça-feira (13) foram contabilizadas 13 novas vítimas.

Eis o número de mortes por Estado:

Minas Gerais – 16
Paraná – 14
Distrito Federal – 13
São Paulo – 9
Goiás – 6
Santa Catarina – 5
Rio Grande do Sul – 4
Rio de Janeiro – 3
Espírito Santo – 1.

Eis o top 10 de mais casos de dengue em 2024:

Minas Gerais – 171.769
São Paulo – 83.651
Distrito Federal – 64.403
Paraná – 55.532
Rio de Janeiro – 39.315
Goiás – 31.809
Espírito Santo – 14.107
Santa Catarina – 12.470
Bahia – 6.225
Rio Grande do Sul – 5.683.

Embora tenha menos casos em números totais, o Distrito Federal tem o maior coeficiente de incidência para cada 100 mil habitantes do país: 2.286,2.

O segundo lugar, Minas Gerais, tem coeficiente de incidência de 836,3. Acre, Paraná e Goiás aparecem na sequência.

O Ministério da Saúde divulga os últimos dados de casos prováveis, óbitos em investigação, mortes confirmadas e o coeficiente de incidência de dengue no Painel de Monitoramento das Arboviroses.

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Distribuição de vacinas

Na quinta-feira (8), foi iniciada a distribuição de vacinas contra a dengue para municípios que atendem os critérios definidos pela Saúde em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Inicialmente, a imunização começará pelas crianças de 10 a 11 anos, mas assim que novos lotes foram entregues pelo laboratório fabricante, a faixa etária vai avançar progressivamente. NA sexta (9), a ministra acompanhou o início da vacinação no Distrito Federal em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no Cruzeiro — região administrativa localizada a 8 km da capital.

Essa é uma estratégia que permite que mais municípios possam receber as doses nesse primeiro momento, uma vez que essa faixa etária tem maior índices de hospitalização por dengue dentro do público-alvo da vacina, de 10 a 14 anos. O lote inicial, com 712 mil doses, será enviado para 315 municípios nos seguintes estados:Distrito Federal,Goiás,Bahia,Acre,Paraíba,Rio Grande do Norte,Mato Grosso do Sul,Amazonas,São Paulo,Maranhão.

Essa remessa atende a 60% dos 521 municípios selecionados e a previsão é que os demais recebam doses até a primeira quinzena de março. Com o recebimento das 6,5 milhões de doses em 2024, o Ministério da Saúde garante a vacinação de todas as crianças de 10 a 14 anos, nos municípios selecionados, ao longo dos meses.

Também na quinta-feira, a ministra esteve na reunião com o Fórum dos Governadores, da qual participaram governadores de oito estados (Goiás, Amazonas, Acre, Rio Grande do Sul, Amapá, Rio Grande do Norte, Tocantins e Bahia) e representantes de outros oito (São Paulo, Ceará, Rondônia, Santa Catarina, Maranhão, Paraná, Pernambuco e Espirito Santo), além do Distrito Federal.

Cada estado atualizou a situação em que se encontra, inclusive com alguns governadores informando cenário de estabilidade de casos no próprio território. Alinhamentos assim são fundamentais em um país diverso como o Brasil, que tem situação de surto em algumas regiões e quadros estáveis em outras. Dessa forma, é possível coordenar onde são mais necessárias ações de prevenção e onde é necessário o reforço do cuidado com a saúde, disse o ministério.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.