Brasília – Em encontro com associação de supermercados, o Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes pediram apoio do setor para ajudar no controle de preços no país.

Bolsonaro participou do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento surpreendeu os empresários do setor de supermercados e também do agronegócio, só que negativamente. O presidente foi direto ao ponto e pediu para os empresários cortarem a margem de lucros para ajudar a diminuir a inflação.

“Eu sei que a margem de lucro tem cada vez diminuído, o se for já vem colaborando dessa forma, mas colaborem um pouco mais na redução da margem de lucro dos produtos da cesta básica. Então é esse apelo que eu faço aos senhores e se for atendido eu agradeço e muito, e se não for, é porque realmente não é possível”, disse Bolsonaro.

O ministro Paulo Guedes disse aos representantes do setor que há estudos da pasta para congelar o preço dos produtos, o que causou espanto entre os empresários que acompanhavam o evento.

“Nova tabela de preços só em 2023. Vamos parar de aumentar preços aí dois, três meses. Nós estamos numa hora decisiva para o Brasil”, enfatizou Guedes.

O chefe da pasta econômica apresentou números e destacou o papel do governo para frear a inflação que continua fora de controle. “Reduzimos o ICMS até 17% e agora, reduzimos para zero. O governo federal bancando os governos estaduais. A grande verdade é que os estados receberam quase R$ 1,5 trilhão de recursos do governo federal, durante esse combate à guerra ao vírus.”

Guedes detalhou os valores: “Transferimos R$ 70 bilhões de Lei Kandir. Foram mais R$ 20 bilhões de cessão onerosa. Mais R$ 150 bilhões entre recursos livres e transferências de rolagem de dívidas e de juros. Nós estamos transferindo recursos o tempo inteiro para estados e municípios. Tá na hora dos governadores darem uma contribuição para o Brasil. Tá na hora de ajudar o Brasil”, convocou.

Essa não é a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro pede aos empresários para cortarem suas margens de lucro. Só que da última vez, a repercussão também foi negativa.

A Associação Brasileira de Supermercados pediu ao governo federal a isenção de impostos de produtos da cesta básica. Na prática, pediu mais incentivo do governo federal ao setor.

Apesar da inflação ter desacelerado no mês passado ela ainda acumula uma alta de 11,73% no acumulado de 12 meses. Só os alimentos e bebidas subiram 13,51% desde maior de 2021.

Apenas um item da cesta básica, o arroz, teve queda de menos 10,27% no período.

Agora, considerando apenas os produtos da cesta básica, a disparada foi ainda maior, com altas que chegam a mais de 67%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os vilões dessa vez foram o café torrado e moído, tomate, batata inglesa e açúcar. Todos esses produtos, tiveram mais de 50% de aumento.

Paulo Guedes aproveitou o evento da cadeia de alimentos para dizer que está na hora dos estados tirarem a mão do bolso para viabilizar o projeto que muda a tarifa do ICMS.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.