Analistas estimam corte de até metade nos dividendos da Vale

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Conselho da mineradora se reunirá até o final desta semana para definir os dividendos deste ano. Cenário ruim do deve afetar em cheio a distribuição de lucros

Por Infomoney
23-brasilNão é só a Petrobras que está em evidência no noticiário corporativo. Uma das maiores empresas da BM&F Bovespa também passa por uma semana decisiva.

A Vale apresentará até o fim desta semana sua proposta de dividendos mínimos para 2015 – e a expectativa não é muito boa para quem quer ganhar essa “remuneração extra”.

Dada a grande dificuldade encontrada pela empresa em lidar com a derrocada dos preços do minério de ferro – que operam nas suas mínimas desde 2009 –, especialistas indicam que, para a mineradora manter sua saúde financeira, ela terá de escolher um de dois cenários possíveis: ou segue com seu ritmo de investimentos em Carajás – seu maior projeto – ou mantém os altos dividendos. Não há como a companhia continuar com ambos e a tendência é que companhia opte por reduzir a remuneração destinada aos acionistas.

A Vale deve pagar US$ 2,2 bilhões em dividendos neste ano, o que representa 47% menos que em 2014. Esse será o nível mais baixo desde 2007, segundo a estimativa média de 12 analistas consultados pela Bloomberg. Andreas Bokkenheuser, analista de ações da UBS Group AG – que estima um montante de US$ 2 bilhões em dividendos – considera que os preços do minério de ferro se estabilizarão após o primeiro trimestre. Desse modo, a empresa optaria por manter os níveis de alavancagem e seus planos de investimento.

Indo na mesma direção, os analistas Renato Antunes e Milton Sullyvan, do banco Brasil Plural, acreditam que para atrair mais valor, mesmo que no longo prazo, o ideal seria a Vale focar seu investimento em Carajás e não os dividendos. Para a dupla, os dividendos mais baixos devem aumentar a confiança do investidor no “case” de longo prazo da Vale. Desse modo, seria melhor que uma satisfação maior apenas no curto prazo por conta de dividendos mais altos. “Para nós, o investimento em Carajás não é apenas uma escolha, mas uma obrigação para o case de longo prazo da Vale”, afirmam Antunes e Sullyvan.

Cabe mencionar que não é 100% garantido que a definição da remuneração aos acionistas saia nesta semana. Segundo a assessoria de imprensa da mineradora, “a diretoria executiva propõe a remuneração mínima ao acionista em janeiro e a submete ao conselho de administração em abril”, mas não há confirmação da data ainda.