Acusada de aplicar golpes financeiros de R$ 1 milhão em Marabá é presa pela PF

A casa caiu para Mirla Alves quando ela foi tentar retirar passaporte junto à Polícia Federal em Redenção. O marido dela está foragido

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A ficha criminal de Mirla Michelle Paiva Alves Nauar foi puxada quando ela tentou retirar um passaporte junto à sede da Polícia Federal, na quarta-feira, 7, em Redenção. Mas a bela mulher não esperava que houvesse um mandado de prisão contra ela expedido pela 2ª Vara Criminal de Marabá, há menos de uma semana.

Diante disso, Mirla recebeu voz de prisão, foi levada para a delegacia da cidade depois transferida para o Centro de Recuperação Feminino de Marabá.

Mirla e seu companheiro Anderson Lima Ribeiro – que está foragido – são acusados de aplicar golpes financeiros, dando prejuízo superior a R$ 1 milhão para pelo menos cinco vítimas. Os dois respondem por estelionato e apropriação indébita. O esquema dos investigados foi a criação de rifas falsas com páginas na web, para enganar as vítimas.

Anderson é suspeito de ser o mentor intelectual dos crimes, enquanto Mirla trabalhava inicialmente com a divulgação das rifas falsas com páginas na internet, inclusive pedindo ajuda de amigos para difundir o “negócio”.

A ação está relacionada a um inquérito da Polícia Civil que investiga crimes de apropriação indébita, estelionato e promoção de loteria sem autorização legal, dentre outros, supostamente praticados pelo casal. Algo que já era de conhecimento, inclusive, por moradores de Marabá, onde Mirla residia e trabalhava, e Redenção, também.

De acordo com informações contidas nos autos do inquérito, estima-se que os crimes cometidos pelo casal tenham gerado um prejuízo financeiro significativo, alcançando a quantia de R$ 954.170, a diversos moradores de Redenção. As vítimas, seduzidas por promessas de lucros substanciais em investimentos financeiros, acabaram lesadas pelas práticas fraudulentas dos investigados.

Uma testemunha que preferiu manter o anonimato relatou suas experiências com Mirla e Anderson. Segundo ela, Mirla utilizava as redes sociais para promover rifas e outros empreendimentos, inclusive defendendo veementemente Anderson, seu companheiro, diante de acusações públicas. A acusada, que antes se dedicava à venda de perfumes importados, passou a se envolver nos negócios de Anderson, propagandeando empréstimos e serviços financeiros duvidosos.

Vale ressaltar que, apesar de ter sido presa em Redenção, a última postagem em que Mirla aparece é em uma foto com a família na inauguração de uma loja localizada na Folha 28, em Marabá. O estabelecimento é voltado ao varejo e atacado de roupa, mesa e banho.

Além disso, relatou a comercialização de rifas e a criação de grupos voltados para práticas de jogo, sob a tutela de Anderson, que se autodenominava “trader”: investidor do mercado financeiro que busca ganhar dinheiro com operações de curto prazo, que se aproveita da volatilidade do mercado.

A testemunha também trouxe à tona a controvérsia envolvendo a compra de um carro importado, alegadamente não paga por Anderson, o que gerou disputas públicas nas redes sociais.

Diante desses acontecimentos, a Polícia Civil pede para que eventuais vítimas dos suspeitos se apresentem à seccional de Polícia e relatem suas experiências, a fim de auxiliar nas investigações. O pedido também se estende a qualquer pessoa que possua informações sobre o paradeiro de Anderson, incentivando que informem às autoridades locais.