Comissão Pastoral da Terra denuncia governo tucano do Pará

Continua depois da publicidade

O governo tucano de Simão Jatene, do Pará, está fazendo acordo com a família Mutran e o grupo Santa Bárbara, de Daniel Dantas, para vender ilegalmente terras públicas a preço de “banana”. A denúncia foi feita em nota pública da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgada nesta segunda-feira (26).

Na nota, a entidade indaga “o que o Estado do Pará ganha em vender suas terras a preço tão irrisório?” e destaca que “o acordo já foi celebrado, faltando apenas o juiz da Vara Agrária de Redenção homologar”.

E exige, para a preservação do interesse e do patrimônio público, “a não homologação do acordo pelo Poder Judiciário, vez que assim o fazendo, o Judiciário estaria sendo conivente com as ilegalidades e irregularidades dos processos; e a atuação do Ministério Público Estadual e Federal, que deve agir de maneira exemplar para zelar o patrimônio público e investigar e denunciar as ilegalidades do processo”.

A nota, assinada pela Comissão Pastoral da Terra de Xinguara, Sul do Pará e Comissão Pastoral da Terra de Marabá, Sudeste do Pará, explica que a obrigação do Governo do Pará era retomar as áreas públicas, correspondente às fazendas Espírito Santo e Mundo Novo, localizadas no Sul do Pará, que foram ilegalmente destacadas do Estado. Ao invés disso, está vendendo essas terras a preço de irrisório, bem abaixo do valor de mercado, dilapidando o próprio patrimônio.

Em 9 de junho 2010, o Estado do Pará ingressou com Ações Civis Públicas perante a Vara Agrária de Redenção, para reaver essas terras do Estado, contra Benedito Mutran Filho, Cláudia Dacier Lobato Prantera Mutran, Alcobaça Participações Ltda e Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A, esta pertencente ao grupo Opportunity, que tem como um de seus sócios o banqueiro Daniel Dantas. Em razão dessas ações, essas áreas estão com os suas matriculas bloqueadas no cartório de registro de imóveis de Xinguara.

A preço de banana
Na avaliação da CPT, “o que é muito mais grave é que, apesar de ter sido o próprio Estado do Pará quem ingressou com as ações para reaver essas terras públicas, este mesmo Estado firmou acordo com Benedito Mutran nos processos, para vender as mesmas a um valor muito abaixo do valor de mercado, a preço de “banana”, chegando a ser até mais de 13 vezes menor que o valor que elas realmente valiam”.

E cita como exemplo a fazenda Mundo Novo que o Estado do Pará vendeu no acordo a Benedito Mutran pelo valor aproximado de R$400.000,00 (quatrocentos mil reais) e foi revendida pelo mesmo Mutran ao Grupo Santa Bárbara por mais de R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Valor esse que chega a ser 13 vezes maior do que o Estado do Pará vendeu.

“Não bastassem essas gravíssimas ilegalidades e irregularidades, os Procuradores do Estado do Pará estão prevendo no acordo, honorários de R$100.000,00 (cem mil reais) para sua Associação particular, portanto se beneficiando pessoalmente com o acordo”, denuncia ainda a nota.

Origem do problema
As terras foram concedidas no final da década de 1950 à família Mutran, por aforamento, isto é, para coleta de castanha-do-Pará, onde o Estado permitia a exploração da castanha, sem contudo transferi-la do patrimônio público ao privado. A atividade original do aforamento, a extração de castanha-do-Pará, foi abandonada, sem a autorização do Estado, para a atividade pecuária, inclusive com desmatamento de grande parte das áreas e exploração de madeira.

Benedito Mutran Filho, antes mesmo de obter o ato de alienação definitiva dessas fazendas, o que supostamente ocorreu no dia 28 de dezembro de 2006, fez contratos de promessa de compra e venda dos imóveis em 9 de setembro de 2005 às empresas Santa Bárbara e Alcobaça. Na época, o ato de alienação concedido pelo Iterpa em favor de Benedito Mutran Filho foi realizado sem qualquer autorização do chefe do Poder Executivo, o governador, o que caracteriza a sua nulidade.

Fonte: Portal Vermelho, com informações da CPT Nacional

6 comentários em “Comissão Pastoral da Terra denuncia governo tucano do Pará

  1. Finazzi Responder

    Meu amigo Ta na cara. OU vc fanatico pelo PT ou e inocente. Vc acha mesmo que o Lula teve todos esses anos pra por o D D na cadeia,nao colocou porque? Simples.Porque (pra sua satisfacao) ele sim ligado ao psdb e tambem ao Pt. Amigo acredite,va ao para e veja o Lulinha o porque amas aquela terra. Socio do DD. Ele jamais sera preso,no maximo sera aquilo.Uma visita na cadeia pra depois fala que pegaram pra midia.Depois solta ele novamente.nAO SEJE INOCENT

  2. Afonso Schroeder Responder

    Vocabulário bonito com argumentações prometendo mudanças, que em épocas de campanha chega a seduzir o eleitor a sociedade precisa estar atento não desejando retrocessos políticos-econômicos muito menos sociais, oxalá que Deus ilumine os eleitores nas proximas eleições.

  3. tava na cara Responder

    continuando… se vc ler o livro Privataria Tucana caro leitor vai saber muito bem do que estou dizendo. O fato é Daniel Dantas é do NINHO TUCANO.

  4. Anonimo Responder

    Caro TAVA NA CARA(1o. coment) será que Daniel Dantas está ligado somente ao PSDB? Ele e seus negócios estão contaminados em todos os partidos e em todas esferas de governo. O que vc me diria sobre a relação de Daniel Dantas e o Lulinha? Os dois são sempre vistos em fazendas do grupo Oportunity aqui no Sul do Pará, inclusive nestas fazendas citadas na matéria do blog. Será que o Lulinha gosta de passear em fazendas aqui no Pará pq não tem outro lugar pra visitar? Me engana que eu gosto…

  5. tava na cara Responder

    O PSDB aliado de Daniel Dantas no criminoso processo de privatizações do governo fernando henrique, como consta no livro de Amauri Jr, a Privataria Tucana, continua a sua tragetória de entrega do patrimônio público aos seus aliados e impede qualquer debate sobre o uso destas terras roubadas do povo paraense para a reforma agrária.

Deixe seu comentário

Posts relacionados