Vereadores criticam lentidão para implantar faixas de pedestre e quebra-molas em Marabá

Líder do governo foi um dos que reconheceram morosidade do município para melhorar mobilidade urbana

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Durante a sessão ordinária desta terça-feira (17) da Câmara Municipal de Marabá, o vereador Frank do Jardim União (SOLIDARIEDADE) fez vários questionamentos relacionados à atuação da Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI), que na visão dele não estaria desenvolvendo um trabalho qualificado para atender várias demandas da comunidade no quesito segurança.

O vereador lembrou que Jair Barata Guimarães está há sete anos na chefia da pasta, mas considera que tem dificuldades de realizar uma gestão eficiente e não consegue dar desdobramento para licitações e aquisição de produtos e serviços. “Ele precisa fazer jus ao cargo que ocupa. Não visita os departamentos que estão sob sua responsabilidade [Segurança Patrimonial, Guarda Municipal e Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano] e muitos servidores, apesar de insatisfeitos, não têm coragem de se pronunciar,” denunciou ele. 

Para Frank do Jardim União, a falta de capacidade é preocupante, uma vez que a SMSI não consegue sequer realizar licitação para construir ou revitalizar as lombadas e faixas de pedestres espalhadas pela cidade. “Várias pessoas já morreram em alguns bairros por falta de faixa de pedestre. Ontem, um garoto foi atropelado em frente a uma escola por falta de sinalização e hoje fomos comunicados do óbito desse menino,” lamentou.

Por fim, ele sugeriu que o prefeito Tião Miranda se reúna com o secretário para cobrar ações efetivas para garantir segurança nas vias públicas aos moradores. “Temos um caixa de contingência, e será que não dá para comprar tinta para revitalizar as faixas de pedestres do município?”, indagou.

O parlamentar informou aos colegas que há dez dias enviou documento à SMSI cobrando quatro placas para ampliar a extensão da linha de ônibus no Bairro Bela Vista, mas até agora não foi atendido: “Isso nos revolta muito. Liguei para ele [Jair Barata] e este demonstrou quase nenhuma preocupação e respeito por aquelas pessoas que vivem na periferia que dependem do transporte público. Há um descaso porque não consegue afixar placas de sinalização nos locais necessários. Como líder comunitário, consegui confeccionar placas para colocar nas paradas de ônibus e atender mais pessoas”.

O vereador Coronel Araújo (MDB) concordou, em parte, com o desabafo, e disse ser crítico em relação à estratégia da secretaria. Ele crê que tanto a Guarda Municipal quanto o Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) poderiam ser melhor empregados, mas avalia que a situação crítica não passa pela falta de competência de Jair Barata, porque ele ter sido chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Marabá e ter anos de experiência nessa área. 

“Sei de sua competência. Se a SMSI não está desenvolvendo um trabalho como deveria, é por falta de autonomia. O DMTU deveria ter se tornado uma autarquia, mas isso nunca aconteceu. Jair não tem autonomia para realizar uma licitação; e não é só ele. Várias outras secretarias não têm liberdade para dar celeridade aos trabalhos que precisam ser desenvolvidos,” reclamou.

Por sua vez, Aerton Grande (SOLIDARIEDADE), líder do governo na Câmara, reconheceu que Barata não tem autonomia com o prefeito, e confirmou que ele não está sozinho, garantindo que nenhum dos secretários municipais recebeu autonomia do gestor municipal. “Falo porque estou nas secretarias todos os dias e vejo que tudo depende [de Tião Miranda]”. 

Em relação à revitalização dos quebra-molas, o vereador considera a situação muito preocupante, citando o caso da porta da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Morada Nova, onde já teriam morrido três pessoas em acidente por falta de sinalização adequada. “Estou há pelo menos seis meses pedindo para colocarem um quebra-molas naquele local, e até agora nada. Imagine eu, líder do governo, pedindo três quebra-molas e não consigo,” desabafou.

Ele aproveitou a ocasião e criticou, também, a empresa Integração, que segundo ele não coloca quantidade de ônibus necessária para atender a demanda de Morada Nova. Por conta disso, vários cidadãos daquele núcleo não conseguem emprego no centro da cidade, já que não têm recursos para pagar táxi-lotação.

Por fim, Frank do Jardim União considerou que se o secretário Jair Barata não tem autonomia, não deveria colocar seu nome para atuar em uma secretaria em que não tenha liberdade para executar as tarefas importantes. E finalizou: “Ele tem culpa em parte, sim, pela omissão”.