Vereadores cobram eficiência do governo no combate a Covid-19

Segundo os vereadores, se medidas eficientes não forem tomadas, o quadro do município que já é crítico, pode se agravar

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Diante do aumento do números de casos de Covid-19 em Parauapebas, vereadores, incluindo integrantes da base governista, cobraram mais eficiência do município no combate a doença, que se propaga na Capital do Minério. A cobrança foi feita na sessão desta terça-feira, 28 de abril, da Câmara Municipal de Parauapebas (CMP).

Na avaliação dos vereadores, o governo está fazendo muita propaganda, mas a efetividade das ações até agora não foram vistas ou estão sendo ineficientes. Com isso, a situação se agrava, com o aumento de casos positivos e óbitos.

Um dos que criticou e cobrou efetividade do governo foi Zacarias Marques, membro da Comissão de Saúde da Câmara. Ele destacou que nas conversas que vem tendo com o comitê criado para tratar do assunto, assim como na realidade vista na cidade, a situação de Parauapebas, neste momento, é preocupante.

Da tribuna da Câmara, ele mostrou dados, revelando que a cidade mais rica do interior do Pará conta apenas com 14 respiradores e 14 leitos de UTI, que estariam todos ocupados. “Não queremos implantar o terror, mas se acontecer de alguém precisar agora de atendimento em UTI, vai ter que ficar na fila de espera. Fato que pode agravar o seu quadro e até mesmo levá-lo a morte”, afirmou Marques.

Na avaliação dele, Parauapebas precisa agir de forma mais eficiente nas ações de combate a doença e pediu celeridade nas obras do Hospital de Campanha, para atender pacientes com a Covid-19. Segundo ele, tem como trabalhar 24 horas nas obras, para que o hospital seja logo concluído, porque o quadro a cada dia fica  mais grave e é preciso com urgência garantir atendimento a população.

Ele enfatizou que soluções, muitas vezes, simples podem também ajudar no combate a doença. O vereador mostrou em vídeo a medida adotada pelo município de Capitão Poço, que fez um mutirão, envolvendo empresários e pecuaristas, para higienizar a cidade com solução clorada, que já mostrou eficiência na eliminação do vírus.

Medidas semelhantes vem sendo adotadas pelos municípios de Redenção e Xinguara. No último domingo, por exemplo, Redenção fez a higienização de vários bairros da cidade. Xinguara vem fazendo isso diariamente, durante a noite.

Reforçando as colocações do colega, o vereador Ivanaldo Braz destacou que a medida de Capitão Poço pode ser feita em Parauapebas, que conta com uma Secretaria de Produção Rural com maquinários agrícolas. Além disso, ressaltou, a ação de higienização da cidade pode receber o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais e outros produtores, que possuem tratores que fazem pulverização de defensores agrícolas.

“Eu tenho certeza, que se chamar esse pessoal, todo mundo vai colaborar”, acredita o vereador, que concluiu dizendo que o governo de Parauapebas está falando muito e fazendo pouco.

Finalizando sua fala, Marques destacou que o governo não está agindo de forma coesa no combate a pandemia. Ele ainda disse, sem citar nomes, que há secretários que estão alheios ao problema. “Nesse momento, todos nós precisamos estar na mesma cruzada, porque essa doença não escolhe classe social. Todos nós estamos vulneráveis”, lembrou Zacarias.

Redenção vem realizando higienização da cidade com solução clorada

Para Joelma Leite, que também teceu críticas ao governo, parte das medidas anunciadas até agora não se viu o resultado, como do projeto “Máscaras para Todos”, lançado dia 14 de abril. “O projeto visava garantir renda as costureiras e fornecer máscaras à população. Cadê essas máscaras?. Até agora não vi ninguém nas ruas usando essas máscaras. Pelo contrário, vemos muitas pessoas circulando pelas ruas ou em filas sem usar essa proteção”, criticou a vereadora.

Segundo ela, nem o decreto que proíbe aglomerações está sendo respeitado. Ela sugeriu, para evitar ainda mais filas, como o que vem ocorrendo para fazer o saque do Auxílio Emergencial do Governo Federal, que Parauapebas crie mecanismo para distribuir o Vale Merenda, que será pago aos estudantes da rede municipal de ensino.

“Seria interessante fazer o agendamento por aplicativo ou outro dispositivo, que evite que as pessoas se aglomerem, como vem ocorrendo. Essas aglomerações, nós sabemos, aumentam a disseminação do vírus e Parauapebas pode ter mais mortes”, alertou Joelma, que disse ter visitado o Hospital Municipal e viu a situação de risco a que está exposta a população e os profissionais de saúde.