Professores da rede municipal de ensino de Marabá participam de uma formação gratuita promovida pela Vale, com foco na valorização do patrimônio cultural e arqueológico da região. O curso, que totaliza 75 horas de atividades, será realizado em seis encontros, sendo quatro deles em formato on-line, e tem como objetivo capacitar educadores para poderem levar o tema da preservação patrimonial às salas de aula, fortalecendo a consciência histórica e cultural entre os estudantes.
A iniciativa faz parte do Programa Integrado de Educação Patrimonial (PIEP), vinculado ao Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico (PGPA), desenvolvido no âmbito do licenciamento ambiental do Projeto Novas Pontes sobre o Rio Tocantins, obra executada pela Vale em Marabá. O programa é acompanhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), garantindo que o avanço da infraestrutura ocorra em harmonia com a preservação do legado arqueológico local.
Segundo Letícia Fantoni, gerente da Vale na área de Meio Ambiente e Sustentabilidade do projeto, a formação representa um importante passo na construção de um legado cultural. “Além de ser uma obra estratégica para a mobilidade da população, o projeto também se destaca pelo respeito à memória da região. Os achados arqueológicos revelam aspectos valiosos da ocupação humana no município, e o trabalho com os professores é essencial para que esse conhecimento seja compartilhado e valorizado pelas futuras gerações”, afirma.
Para Rosana Coelho, professora de Geografia e Estudos Amazônicos que participa do curso, a iniciativa ajudará os professores a tornarem a temática ainda mais atraente em sala de aula. “Achei muito interessante a discussão trazida para o curso, mostrando a importância de nos apropriarmos do patrimônio onde a gente vive e apresentando estratégias para levarmos o tema de forma diferenciada para os alunos”, comentou.

Achados arqueológicos
Durante as escavações realizadas na fase de salvamento arqueológico, foram identificadas centenas de peças de valor histórico em sítios localizados em áreas de influência das obras nos núcleos São Félix e Nova Marabá.
Possivelmente associados ao período pré-colonial e à tradição arqueológica Tupiguarani, os artefatos cerâmicos e o material lítico encontrados nesta etapa estão em análise e, futuramente, serão encaminhados para a Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), instituição que atua na preservação e valorização do patrimônio cultural, histórico e natural do sul e sudeste do Pará.
Sobre o projeto das novas pontes
Iniciado em 2022, o projeto prevê a construção de duas novas pontes ao lado da estrutura rodoferroviária atual, cada uma com 2,3 km de extensão. Uma ponte será exclusivamente rodoviária, o que irá desafogar o trânsito em Marabá e reforçar a ligação entre o sudeste do Pará e outros Estados; e a outra será ferroviária, contribuindo para o aumento da capacidade de transporte de minério e outras cargas.
As obras são realizadas pela Vale, por meio do Consórcio Ponte Rio Tocantins, com investimentos de R$4,1 bilhões. Atualmente, o empreendimento emprega mais de 2 mil profissionais, sendo a maioria deles moradores de Marabá e região.
(Ascom Vale)