As maiores pontes em construção no Brasil atingiram 58% de execução física. Trata-se das duas estruturas sobre o Rio Tocantins, em Marabá (PA), que seguem avançando com o lançamento dos módulos dos vãos nas duas margens. Executado pela Vale e com investimento total previsto de R$4,1 bilhões, o projeto impressiona quem passa pela ponte rodoferroviária existente.
No local, é possível observar a movimentação de embarcações e máquinas na construção de uma ponte rodoviária e outra ferroviária que vão conectar os núcleos São Félix e Nova Marabá na cidade. As pontes contribuirão com a melhora do fluxo logístico da região, favorecendo a mobilidade urbana a partir de 2027, o escoamento de produção e a chegada de insumos em Marabá e região. Também irá melhorar a capacidade de transporte de minério e insumos como soja e combustível transportados pela Estrada de Ferro Carajás (EFC).
A metodologia construtiva aplicada ao projeto possibilita que as pontes sejam construídas em segmentos, a partir dos canteiros das duas margens. Na borda do núcleo São Félix, já foram empurrados 14 módulos sobre os pilares das duas pontes e, na orla da Nova Marabá, foram lançados três segmentos da ponte rodoviária.
A ponte rodoviária é feita a partir de caixões de concretos fabricados em terra firme, um a um, e empurrados horizontalmente sobre os pilares, com a ajuda de dois macacos hidráulicos, cada um com capacidade de 600 toneladas.
No caso da ponte ferroviária, o caixão metálico é montado a partir de vigas vindas da China e, após soldagem, é empurrado de maneira similar à técnica utilizada na ponte rodoviária, com dois macacos hidráulicos de 185 toneladas, cada um.
Essas estruturas, lançadas simultaneamente a partir das duas margens, devem se encontrar até o final de 2026, formando a base que receberá o tráfego de veículos. Quando concluída, a ponte rodoviária será a maior da América Latina com superestrutura em caixão de concreto empurrada. Já a ponte ferroviária será a primeira do Brasil a utilizar pilares pré-moldados protendidos.
Segundo o engenheiro Allisson Bertuol, gestor do projeto, a escolha da metodologia construtiva reflete o compromisso da Vale com a sustentabilidade e a segurança. “Se fosse uma obra tradicional, faríamos os pilares in loco, com fôrmas, armações, concretagem e cerca de 50 pessoas por pilar. Ao transferirmos esse processo para um ambiente industrializado e controlado, reduzimos a geração de resíduos. As peças chegam prontas ao local, como aduelas e pilares já concretados, e são lançadas com precisão, como em um grande jogo de Lego. Essa abordagem garante mais eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente”, afirma.
Atuação social fortalece desenvolvimento local
Antes mesmo de ser inaugurada, o projeto já traz benefícios para o desenvolvimento da comunidade local, como a geração de emprego. Atualmente, cerca de 2,5 mil profissionais estão trabalhando nas obras, a maioria moradores de Marabá. As contratações são feitas via Agência do Sistema Nacional de Emprego (Sine) no município e, já atuando no projeto, os trabalhadores têm oportunidades de capacitação, a exemplo de Antônia Pereira, de 41 anos, que foi admitida em junho de 2023 como ajudante e hoje atua na função de armadora.
“Foi meu primeiro emprego de carteira assinada. Por meio desse trabalho, estou realizando o sonho da casa própria e, como marabaense, participar dessa obra não deixa de ser uma realização. Essas pontes são muito importantes para a cidade e um dia, quando estiverem funcionando, vou passar por aqui e dizer que fiz parte dessa história”, conta.
A valorização de fornecedores locais é outro benefício gerado pelas obras das novas pontes em Marabá. Desde o início das obras, o projeto injetou mais de R$ 170 milhões em compras no município. A contratação de empresas locais faz parte da estratégia da Vale para dinamizar a economia da região e impulsionar o desenvolvimento local por meio também da arrecadação de tributos, como ISS e ICMS.
Sobre o projeto
Iniciado em 2022, o projeto prevê a construção de duas novas pontes a 300 metros da estrutura rodoferroviária atual, cada uma com 2,3 km de extensão. Uma ponte será rodoviária e a outra será ferroviária.
A nova ponte rodoviária contará com iluminação, velocidade limite, faixas de segurança amplas, barreira de proteção antiqueda, além de acostamento lateral e passeio para pedestres e usuários de cadeiras de rodas.
(Ascom Vale)
1 comentário em “Vale: construção das novas pontes em Marabá atinge 58% de progresso”
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