A Prefeitura de Canaã dos Carajás e os servidores públicos municipais parecem ter deixado para trás a queda de braço vivida nos últimos dois anos, quando o assunto era reajuste salarial. Conforme acordado em março de 2018, após greve de duas semanas do funcionalismo público, os servidores terão reajuste salarial de 8,05%. O percentual de reposição é o resultado de uma equação com duas invariáveis: a reposição de 12%, firmada em 2018, dividida em três parcelas: a primeira de 4,3% para 2019, somada ao índice inflacionário do ano anterior, no caso 3,75%. Vale lembrar que o reajuste em questão é no salário-base e já será pago em fevereiro.
Os sindicatos que representam diversas categorias de servidores municipais se reuniram na noite desta sexta-feira (1º), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) para debater o reajuste. As diretorias sindicais levaram aos seus associados algumas propostas do Executivo Municipal. A assembleia considerou baixa a oferta de acréscimo de R$ 35,00 no valor do vale-alimentação. O consenso da classe é que o justo para este ano é que o benefício aumentasse R$ 85,00, chegando aos R$ 550,00. Segundo os próprios sindicatos, o funcionalismo público não tinha reajuste no vale havia três anos. O novo valor do benefício começará a ser pago em março.
Greve em 2018 e afastamento do prefeito
Ao contrário dos aparentes tempos de paz vividos em Canaã atualmente, 2018 foi um ano que começou difícil para a administração municipal. Alegando não poder cumprir um acordo de reposição firmado em 2017, o Poder Executivo viu centenas de servidores deflagrando greve e indo às ruas para protestar por melhores salários.
A paralisação durou duas semanas e só foi interrompida quando a Justiça decidiu que a greve não tinha legalidade e que os sindicatos seriam multados, caso os servidores continuassem sem trabalhar.
Ao mesmo tempo uma liminar afastou o prefeito Jeová Andrade das suas funções como gestor. Alexandre Pereira, vice-prefeito, assumiu o posto por quase 20 dias e, à época, fez importantes mudanças no governo: exonerou secretários investigados no processo que afastou o prefeito o e nomeou novos gestores para as pastas.
Jeová, reconduzido também pela Justiça ao posto de prefeito, disse ter aprovado a maioria das mudanças de Alexandre e conseguiu chegar a um acordo com os sindicatos, propondo o reajuste de 12%, dividido em três anos, mais o índice inflacionário de cada ano em questão.
Não se sabe ainda por quanto tempo a paz reinará entre os lados envolvidos, mas é perceptível que a população ganha, e muito, quando as negociações acontecem sem quedas de braço.