Promotora vai à Justiça por transporte a pacientes de hemodiálise em Marabá

“Porta a Porta”, serviço já implementado pela prefeitura, não atende a zona rural
Van da Prefeitura busca pacientes em casa, mas não contempla os que moram na zona rural, segundo o MPPA

Continua depois da publicidade

Nesta quinta-feira (13), a promotora de Justiça Mayanna Silva de Souza Queiroz, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais Fundamentais, Ações Constitucionais, Fazenda Pública, Família e Sucessão de Marabá, ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra a prefeitura do município, cobrando providências para que seja garantido o transporte de pacientes da zona rural que realizam hemodiálise no município.

Após constatar, por meio de procedimento administrativo instaurado, a insuficiência de transporte adaptado para pacientes de hemodiálise, por ofício, o Ministério Público estadual (MPPA) concedeu o prazo de 30 dias para que a Secretaria Municipal de Saúde promovesse o levantamento do número de pacientes residentes na zona rural, que necessitam realizar o procedimento devendo, após esta etapa, proceder a adoção das  medidas necessárias para efetiva disponibilização de transporte aos pacientes, seja pela aquisição de veículo para este fim ou outra solução logística disponível.

A decisão de ajuizar a ação judicial foi tomada após análise dos autos do procedimento administrativo, no qual foi apurado que o município dispõe de duas vans para transportar pacientes, nos três turnos, de segunda a sábado. Entretanto, constatou-se a carência de veículos de transporte especializados para realizar atendimentos na zona rural, não dispondo à população veículos adaptados para o transporte dos pacientes que moram nestas regiões e necessitam realizar hemodiálise.

Para a promotora responsável pelo caso, “a realização periódica da hemodiálise traz bastante qualidade de vida ao paciente, pois diminui os desconfortos causados pela insuficiência renal, considerando-se de fundamental importância para o bem estar da população rural que a demanda seja imediatamente atendida”.

Deste modo, a Promotoria requer ao Judiciário, como medida legal, o aumento da frota de veículos para deslocamento dos pacientes da zona rural, ou que seja efetivada a contratação de empresas de transporte especializado para realizar o encaminhamento necessário ao tratamento de hemodiálise.

Em caso de descumprimento da medida judicial pleiteada, o MPPA requer que seja aplicada multa diária de R$10 mil ao município.

A Prefeitura de Marabá implantou o serviço denominado “Porta a Porta”, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, mas este não atende pacientes da zona rural.