Professores da Unifesspa aderem à greve e 7 mil alunos ficam sem aula

Educadores cobram reajuste salarial escalonado, com percentuais de 7,06% para os anos de 2024, 2025 e 2026

Continua depois da publicidade

Professores da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) aderiram à greve dos servidores nesta segunda-feira (15), seguindo movimento nacional, por tempo indeterminado. São quase 8 mil estudantes que ficam sem aulas por tempo indeterminadado.

Uma mobilização foi iniciada na manhã de segunda-feira, na Unidade 3, considerado coração da instituição, onde fica localizada a reitoria, no Núcleo Cidade Jardim, em Marabá.

O movimento é organizado pelo Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (SindUnifesspa), em resposta a uma série de reivindicações cruciais para a classe docente e se integrando a um panorama nacional de mobilização da educação pública federal.

A assembleia-geral, realizada no dia 4 de abril, foi decisiva para consolidar a adesão da categoria à greve. Entre as principais demandas apresentadas, está a necessidade de um reajuste salarial escalonado, com percentuais de 7,06% para os anos de 2024, 2025 e 2026. Além disso, os docentes buscam uma alocação mais efetiva de recursos públicos para as instituições federais de ensino, visando garantir condições ideais de funcionamento e desenvolvimento acadêmico.

Outras demandas incluem a reestruturação da carreira docente com foco na valorização das condições de trabalho e a revogação de medidas consideradas antissindicais, antidemocráticas e contrarreformas. Tais pontos refletem preocupações não apenas locais, mas também o contexto nacional de enfrentamento aos desafios estruturais enfrentados pela educação pública no país.

“Essa mobilização está no marco da greve nacional dos docentes, que se unifica com a greve dos técnicos administrativos e com a greve dos docentes e técnicos do ensino básico e tecnológico, ou seja, uma greve de todo o setor da educação federal”, diz o professor Raimundo Wanderley Correa Padilha, do SINDUNIFESSPA, durante o ato que acontece nesta manhã.

O movimento, como ressalta Padilha, é conduzido pela necessidade de negociação por parte do governo, que até o momento não atendeu às demandas apresentadas em janeiro do ano passado. Ele explica em um vídeo que as principais reivindicações envolvem três eixos fundamentais: a reestruturação salarial para compensar perdas acumuladas desde 2016, um reajuste escalonado em três parcelas de 7,06% até 2026; a reestruturação da carreira docente, que se encontra desorientada diante da desvalorização salarial; e a garantia de mais recursos para as universidades, diante dos cortes significativos efetuados pelo governo nos últimos anos.

É importante ressaltar que a greve docente da Unifesspa se alinha a um movimento mais amplo, englobando os técnicos-administrativos em educação (TAE) da própria instituição, que estão em greve desde o dia 11 de março, bem como docentes e técnicos de outros campi do Instituto Federal do Pará (IFPA), em greve desde o dia 3 de abril.

Não se restringindo ao âmbito local, o movimento grevista dos trabalhadores da educação pública federal ganha contornos nacionais, com diversas universidades e institutos suspendendo suas atividades a partir da mesma data, 15 de abril.

NÚMEROS

A Unifesspa possui mais de 770 servidores públicos e cerca de 7.800 alunos matriculados nos cinco campi espalhados em Marabá (sede), Rondon do Pará, Xinguara, São Félix do Xingu e Santana do Araguaia.