A pedido do MPF, docente da Unifesspa realiza estudo socioantropológico sobre comunidade na Ilha do Murici

Iniciativa visava apurar denúncia de que os moradores não estão recebendo serviços públicos essenciais

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O Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) foi demandado pelo Ministério Público Federal (MPF) para a realização de um estudo socioantropológico sobre a comunidade ribeirinha que vive na Ilha do Murici, localizada no município de São João do Araguaia. A iniciativa tem como objetivo apurar a denúncia de que os moradores do local não estão recebendo alguns serviços públicos essenciais.

A Profa. Dra. Luiza Mastop-Lima, da Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia-Tocantins (FACSAT/ICH), foi indicada para participar da diligência junto ao MPF, desempenhando o papel de antropóloga na equipe.

Entre os dias 26 de fevereiro e 1º de março, a professora integrou a missão coordenada pelo MPF de Marabá, ao lado dos técnicos do Ministério Público da União (MPU), Flancleuber Moraes de Lira e Francisco Alecssandro Silva Bizerra, que atuam na Polícia Institucional/Seção de Segurança Orgânica e Transporte (SESOT). A equipe contou ainda com a participação do morador e guia Andrade Soares de Souza e do piloto da embarcação do MPF, Adir Oliveira Lima.

De acordo com a professora, apesar dos desafios impostos pela cheia do Rio Tocantins, que dificultou o acesso a algumas residências, a diligência transcorreu sem maiores problemas. Os moradores da Ilha do Murici demonstraram grande receptividade, colaborando com os questionamentos e fornecendo informações relevantes para a investigação.

“Ao longo dos trabalhos, foram visitadas 11 famílias, mas algumas residências ficaram de fora devido à ausência de moradores no momento da visita ou por estarem já alagadas, inviabilizando a permanência das pessoas no local. Durante a diligência, foi possível observar aspectos fundamentais da dinâmica da comunidade, que se desloca entre a Ilha e a cidade conforme os movimentos do rio”, explica Luiza Mastop.

O estudo solicitado ao ICH está sendo elaborado pela professora e, em breve, será encaminhado ao MPF para subsidiar as providências cabíveis. As imagens registradas durante a visita ilustram a realidade da comunidade, suas condições de vida e os conhecimentos tradicionais que garantem a existência das famílias na Ilha do Murici.

A população local depende fortemente da agricultura, com destaque para o cultivo de milho e mandioca, bem como da produção de farinha em casas de forno. A pesca também desempenha papel essencial tanto na alimentação quanto na economia da comunidade. A navegação pelas águas do Tocantins exige conhecimento e habilidade, e algumas mulheres da comunidade se destacam nessa atividade, pilotando canoas e rabetas com destreza.

Dessa forma, o estudo circunstanciado contribuirá para a compreensão das dificuldades enfrentadas pelos moradores e para a busca de soluções que garantam seus direitos e acesso a serviços públicos básicos.

Com informações e fotos de Luiza Mastop
Fonte: Unifesspa

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