Produção de minério de ferro em Carajás tem maior queda em uma década

Vale produziu e exportou 25,76 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre deste ano. Em 2009, produção foi de 26,96 Mt. E no auge da crise do minério, em 2016, foi de 43,72 Mt.

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A situação continua delicada para o município de Parauapebas, que, por seu minério de ferro, já chegou a ser o maior exportador do Brasil, mas atualmente, também por causa do mesmo produto, caiu para a 7ª colocação nacional. No mês passado, o município exportou 301 milhões e 926 mil dólares, o menor valor desde abril de 2015. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.

Este é o segundo pior desempenho da “Capital Nacional do Minério de Ferro” nos últimos 28 meses, e não há perspectiva de mudança. Titular da Serra Norte de Carajás, onde a multinacional Vale ergueu o Projeto Ferro Carajás, Parauapebas é o maior produtor de minério de ferro de alto teor do mundo e, atualmente, tem sua produção física prejudicada por uma série de questões. Chuvas rigorosas de inverno e incertezas com relação às operações da Vale em Minas Gerais forçaram a empresa a pisar no freio.

Historicamente, registra-se diminuição da produção da Vale na Serra Norte de Carajás no primeiro quadrimestre do ano. No entanto, o que se visualiza neste início de ano é uma queda de produção épica, além de recorde. O Blog do Zé Dudu levantou a série histórica de produção física da mineradora para um primeiro quadrimestre nos últimos 22 anos e constatou que o volume produzido pela Vale neste início de 2019 é o menor da década.

Foram 25,76 milhões de toneladas (Mt) registradas no Ministério da Economia ante 34,41 Mt no mesmo período do ano passado. Em 2009, a Vale assinalou 26,96 Mt no quadrimestre. E atingiu o auge de produção física durante a crise financeira, em 2016, quando produziu e exportou 43,72 Mt de minério de ferro. Naquele ano, diga-se de passagem, ela lavrou muito para compensar perdas com o minério de ferro cotado internacionalmente em valores preocupantes.

O Blog preparou um levantamento que recorta a produção no primeiro quadrimestre de cada ano, desde 1997. A baixa da produção em 2019 é tão preocupante que, no médio prazo, pode causar efeito ilusório sobre a vida útil do minério, aumentando, na verdade, sua durabilidade. No entanto, se a diminuição da lavra do primeiro quadrimestre não for compensada nos próximos meses, Carajás poderá apresentar sua menor produção anual dos últimos cinco anos.