Primeiro debate presidencial foi marcado por ataques entre os candidatos e quase nenhuma proposta

Nos bastidores, barraco entre bolsonaristas e lulistas movimentam as redes sociais
Candidatos a presidente participam do primeiro debate à Presidência da República no domingo (28)

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Brasília – Como previsto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) — líderes das pesquisas de intenção de votos — foram os principais alvos de ataques dos candidatos Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Felipe d’Ávila (Novo), no primeiro de uma série de debates com os candidatos à Presidência da República, no domingo (28). Nos bastidores, Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, se envolveu em uma discussão com o deputado federal André Janones (Avante). Eles se exaltaram tanto que até mesmo seguranças da emissora precisaram intervir para evitar pancadaria.

O primeiro debate foi organizado por um pool formado pelos canais Band e Cultura, jornal Folha de S. Paulo e portal UOL e começou as 21h. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi várias vezes criticado pelos escândalos de corrupção durante seu governo. O petista foi chamado de “ex-presidiário” pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que lembrou da dívida bilionária que deixou na Petrobras e da caixa de propinas que abastecia o PT e o prejuízo bilionário no balanço das estatais que agora geram superávit de R$ 200 bilhões — outros candidatos, como Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União) também abordaram o tema com ênfase colocando Lula nas cordas.

Para se defender do ataque em massa Lula mentiu ao afirmar que foi inocentado das acusações, o que não é verdade. Ele foi condenado pela Justiça Federal do Paraná em três instâncias e seus processos foram “magicamente” anulados por uma manobra de ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, num dos piores momentos da história da Corte Suprema brasileira.

Já Bolsonaro foi cobrado pela postura com as mulheres, especialmente depois de dizer à jornalista Vera Magalhães, uma das que fez perguntas, que ela “é uma vergonha para o jornalismo” — ela havia perguntado a Ciro Gomes se a “desinformação” sobre a vacina contra a Covid prejudicou a vacinação contra outras doenças. Para Bolsonaro, ela tomou partido no debate com “acusações mentirosas”.

Simone Tebet perguntou a Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das mulheres” e Ciro Gomes (PDT) disse que o presidente não respeita nem trata com delicadeza a questão feminina. Soraya Thronicke (União) disse que fica extremamente incomodada “quando homens são tchutchucas com outros homens, mas vêm pra cima da gente sendo tigrão”. “Aí eu fico brava. Lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas”, disse, referindo-se às palavras de Bolsonaro contra Vera Magalhães. Ante as críticas, Bolsonaro destacou que foi o presidente que mais sancionou leis para defender as mulheres.

Em nenhum momento Soraya Thronicke disse que foi eleita em 2018 com a bandeira “a senadora do Bolsonaro”, em seu estado, o Mato Grosso do Sul.

Tempo real

Os participantes pareciam mais preocupados em emplacar frases de efeito genéricas e passagens para uso na campanha. Restando pouco mais de um mês para o primeiro turno, Lula e Bolsonaro tinham a preocupação adicional de não abrirem flancos que justificassem perda de terreno nas intenções de voto.

Sobre quem se saiu melhor no morno debate de ontem? De acordo com uma pesquisa qualitativa realizada com um grupo de eleitores indecisos pelo Instituto Datafolha, a resposta é Simone Tebet (MDB).

Perguntados sobre o desempenho de cada candidato no debate realizado em parceria pelas TVs Band e Cultura, pelo portal UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo, 43% dos entrevistados responderam que Simone Tebet foi a melhor.

Ataques e poucas propostas

O debate também teve discussões sobre economia, fome e combate à Covid. Lula buscou defender suas gestões, destacando redução da dívida, inflação na meta e geração de empregos. Bolsonaro, por sua vez, buscou apresentar números de melhora mais recentes, justificando desempenho mais fraco em razão da política de lockdown na pandemia. O presidente destacou que irá manter o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil se reeleito, e que terá recursos para isso sem comprometer a responsabilidade fiscal. Lula prometeu a retomada do crescimento, dizendo que fará um novo governo melhor que os anteriores. As firmações ficaram no campo da retórica, apenas Ciro Gomes apresentou os telespectadores novos projetos e propostas.

No momento em que dialogaram, Lula e Ciro Gomes trocaram farpas. Questionados sobre uma eventual união no segundo turno da disputa, reagrupando a esquerda, o petista pediu que o pedetista “não vá para Paris” — uma referência ao segundo turno de 2018, quando Ciro viajou para a França sem declarar apoio a Fernando Haddad (PT). “Espero que fique aqui no Brasil, que a gente sente para conversar e possa construir a verdadeira aliança política que ele sabe que vai ser construída”, afirmou. “Lula é esse encantador de serpentes, vai na emoção das pessoas, cativa, e quer sempre trazer a coisa para o lado pessoal, não é pessoal”, respondeu Ciro. Depois, disse que Lula “se deixou corromper”, unindo-se a Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Geddel Vieira Lima (MDB-BA), todos investigados na Lava Jato.

Confronto Bolsonaro x Lula

No primeiro bloco do debate Bolsonaro confrontou Lula com números da corrupção em seu governo — dívida de R$ 900 bilhões na Petrobras e declarações do ex-ministro Antonio Palocci de que mantinha uma conta corrente de propina para o PT de R$ 300 milhões. “O senhor quer voltar ao poder, para quê? Fazer a mesma coisa na Petrobras?” perguntou Bolsonaro. Lula respondeu que Bolsonaro falava “inverdades” e citou leis contra a corrupção aprovadas em seu governo. “Não teve nenhum presidente na República que fez mais investigação para apurar corrupção que nós fizemos.”

Na réplica, Bolsonaro disse que o governo de Lula foi o “mais corrupto da história do Brasil”. Na tréplica, Lula afirmou que foi em sua gestão “que a Petrobras ganhou o tamanho que ganhou, com capitalização de R$ 70 bilhões”. Depois, passou a enaltecer conquistas de seu governo na inclusão social, geração de emprego, aumento no salário mínimo e investimentos em educação e proteção do meio ambiente.

Antes do embate entre os dois, a senadora Simone Tebet (MDB) criticou o clima de “radicalização” e “desarmonia” entre os poderes promovido, segundo ela, por Bolsonaro, que “ameaça a democracia, os valores democráticos a todo momento”. Ela respondia a uma pergunta da produção do programa sobre o que fazer para reduzir a tensão. “[Bolsonaro] Não respeita a imprensa livre, não respeita a independência do STF, do Poder Judiciário e do Poder Legislativo. Precisamos trocar o presidente da República. Sem paz, não vamos unir o Brasil. Sem união, o Brasil não vai voltar a crescer”, afirmou a candidata que até agora não pontuou em intenções de votos nas pesquisas.

Na sua vez de responder, Bolsonaro disse que assumiu a Presidência escolhendo ministros por “critérios técnicos, sem ingerência política”. “Isso causou um desconforto por parte de alguns políticos e por parte de alguns partidos, como o MDB, por exemplo. Então abalei a harmonia onde todos eram amiguinhos e obviamente davam uma banana para o povo brasileiro”, disse.

Depois, sem citar o nome do ministro Alexandre de Moraes, criticou sua decisão de determinar busca e apreensão contra oito empresários por causa de uma conversa de WhatsApp — um deles disse que preferia um golpe a um governo do PT. “A ingerência, os ativismos se fazem presente hoje no Brasil. Um ministro agora há pouco interferiu, mandando investigar, fazendo busca e apreensão, entre outras barbaridades, sobre um grupo de empresários […] Não tenho problemas com poder nenhum. Alguns ministros querem interferir no Executivo”, disse Bolsonaro.

Mulheres, pandemia e economia

No terceiro bloco, ao perguntar Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das mulheres”, Simone Tebet disse que ele defendeu um “assassino de mulheres no Senado”, votou contra a ampliação de direitos trabalhistas para domésticas, ameaça jornalistas e comete misoginia. Bolsonaro respondeu que ela o acusava “sem prova nenhuma” e que foi o presidente que “mais sancionou leis defendendo mulheres”. Depois disse que a primeira-dama Michelle Bolsonaro nunca foi cumprimentada por Tebet pelo trabalho voluntário que realiza.

Em seguida, acusou Tebet de não se solidarizar com médicas que foram humilhadas na CPI da Covid. “Duas mulheres foram à CPI da Covid. Drª Nise e Mayra. Foram maltratadas, foram esculhambadas, humilhadas. Onde estava vossa excelência? Escondidinha, apoiando Renan Calheiros, Omar Aziz, não foi defender mulheres lá”, afirmou.

Tebet respondeu que ligou para a senadora Leila (PSB-DF), que estava na sessão: “ela foi lá e defendeu a drª Nise”. Finalizou dizendo que seu governo “será de amor, de cuidados verdadeiros”.

Mais à frente, Bolsonaro questionou Ciro sobre o que achava de suas políticas para concessão de empréstimos com juros baixos para mulheres. O candidato do PDT disse que Bolsonaro “aparentemente não percebe, ou não dá valor, ou não respeita, com a devida delicadeza, com a devida profundidade, que todos nós devemos, essa grave questão feminina”, fazendo referência ao tratamento verbal de Bolsonaro às mulheres. “Você disse certa feita, para chocar todos nós, que nasceram seus três filhos e que aí nasceu uma filhinha porque teve uma fraquejada. Isto é o que faz com que as pessoas desconsiderem suas políticas”, afirmou.

Lula elogiou Simone Tebet pela atuação na CPI da Covid e perguntou se houve corrupção no governo federal no combate à pandemia. “O que explica o sigilo de 100 anos para o ministro da Saúde que agiu de forma totalmente irresponsável no trato da Covid? O que explica o presidente brincar com uma doença que matou 682 mil pessoas e ele não foi capaz de derramar uma única lágrima?”, disse o petista.

A senadora respondeu: “eu vi, houve corrupção, tentativas de comprar vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí, Covaxin é o contrato mais escabroso que vi. Tentaram pagar 45 milhões de dólares, para serem pagos num paraíso fiscal, para uma vacina que não tinha comprovação científica sem nenhum critério. Quando denunciamos a tentativa de levar vantagem de um dólar por vacina, eu fui processada no STF por um ministro do atual presidente. Mas a corrupção não começou nesse governo, começou em governos passados. Esse governo tem esquemas de corrupção como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência”, respondeu a candidata do MDB.

Bolsonaro obteve direito de resposta sobre a acusação de corrupção na compra das vacinas. “Está de brincadeira a nobre senadora. Tentou corromper? Cadê a corrupção, a nota, o contrato assinado? Não tem nada”, disse o presidente. Na mesma resposta, alfinetou Lula, citando uma declaração na qual o petista disse “ainda bem que a natureza criou o coronavírus”. “Quem moral tú tem para falar de mim, ô ex-presidiário? Nenhuma moral.”

Questionado por uma jornalista se escolheria mulheres para a metade de seu ministério, caso eleito, Lula disse que não poderia assumir esse compromisso. “Não sou de me comprometer a indicar religioso, a indicar negro, a indicar mulher, homem. Você vai indicar que tem essa capacidade para assumir determinados cargos”, disse. Ao responder a mesma pergunta, Simone Tebet disse que vai cumprir a paridade. “Eu já o fiz. A primeira coisa que fiz ao lançar minha candidatura foi dizer que meu ministério vai ser paritário entre homens e mulheres sim. Basta haver competência e experiência administrativa. Temos condições de colocar 50%. E mais: temos condição de colocar negros. Mas não terá ninguém envolvido em escândalos de corrupção”, respondeu.

Antes, Lula foi questionado por Soraya Thronicke sobre o que faria para aumentar o poder de compra. O ex-presidente lembrou dados econômicos de seu governo, com redução da dívida pública para 39% do PIB, da inflação para a meta e da geração de empregos. “Volto com o único compromisso, e possivelmente eu seja a única pessoa a dizer isso, que não posso voltar e fazer menos que fiz. Quero voltar para ver se esse país volta a gerar emprego”, disse, acrescentando que quer aprovar uma reforma tributária. Soraya respondeu que o PT é um “partido corrupto confesso” e que os economistas dele “são todos mofados”.

Ciro Gomes aproveitou a pergunta a Felipe D’Ávila para anunciar sua proposta de refinanciar a dívida de 66 milhões de pessoas com nome no SPC e de mais 6 milhões de empresas endividadas. “Refinanciar dívidas é relativamente simples. Um grande leilão, todos os crediaristas, os credores que derem o maior desconto, eu tenho conseguido no Ceará 90% de desconto, traz a dívida média sua de R$ 1.400, refinanciar em muitas prestações, com juros moderados”, descreveu.
Houve reações de internautas nas redes sociais após a resposta de Ciro Gomes. Um internauta publicou no Twitter que “o Cerá de Ciro é a Suiça”.

Auxílio Brasil, vacinas e união da esquerda

O segundo bloco do debate foi dedicado a perguntas de jornalistas sobre Auxílio Brasil, vacinas, dificuldade de união da esquerda e religião. Bolsonaro foi questionado sobre a fonte de recursos para a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 no próximo ano sem o perigo de se estourar a lei do teto de gastos. “Vamos manter esse valor a partir do ano que vem, dentro da responsabilidade fiscal”, afirmou, destacando o aumento do lucro nas estatais, de cerca de R$ 200 bilhões neste ano, “na contramão de outros anos”, em referência às gestões passadas. Afirmou ainda que conseguiu ampliar o valor por conta da revisão no pagamento dos precatórios e reduzir o ICMS sobre os combustíveis.

Lula rebateu dizendo que manutenção do valor de R$ 600 não está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso recentemente. Bolsonaro disse que vai negociar a questão na lei orçamentária de 2023.

Perguntado sobre a redução da cobertura vacinal do Brasil nos últimos anos, Ciro Gomes respondeu que tem a meta de alcançar 100% como fez no Ceará, e que quer “reconciliar o Brasil”.

Na pergunta seguinte, Ciro foi questionado se apoiaria Lula no segundo turno ou como atrairia o apoio do petista em uma eventual disputa com Jair Bolsonaro. “A razão de meu distanciamento é que infelizmente o Lula se deixou corromper mesmo”, disse.

Lula elogiou a participação de Ciro em parte de seu governo, entre 2003 e 2006, e que pretende conversar com ele se a disputa for para o segundo turno. “Mesmo assim, Ciro, nós ainda vamos conversar, e você vai pedir desculpa, porque você sabe que está dizendo inverdades a meu respeito”, respondeu o petista.

Ciro debate com Bolsonaro sobre fome

Ciro Gomes (PDT) questionou Bolsonaro sobre a fome no Brasil. Após falar de crianças subnutridas e mães preocupadas, indagou ao presidente: “o senhor não teme que isso seja interpretado como conivência com isso?”. Bolsonaro começou dizendo que a inflação “é uma das menores do mundo” e que o governo está “colaborando na geração de empregos”.

“Pode ter certeza que no mês que vem devemos ter essa taxa [de desemprego] chegando a 8%. O nosso PIB está crescendo. Nós fizemos milagre durante a pandemia. Lamentamos as mortes, mas investimos para que empregos não fossem destruídos, com os programas Pronamp e Bem. Atendemos os mais necessitados”, disse Bolsonaro. Depois citou dados do Ipea que mostra redução da extrema pobreza no Brasil e aumento no mundo, e também mencionou o aumento do valor do Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

Questionado por Lula sobre sua proposta para a questão ambiental, Felipe D’Ávila (Novo) defendeu que “o Brasil seja a primeira nação carbono zero entre as grandes potências”. “O Brasil tem potencial para sequestrar 50% do carbono do mundo plantando árvore em terra degradada. Nós temos 50 milhões de hectares terras degradadas, dá para plantar árvore em 3 milhões, isso vai gerar renda para as pessoas mais pobres”, disse o candidato do novo.

Soraya Thronicke (União) foi indagada por Simone Tebet sobre o que pretende fazer para resolver o problema da educação. Respondeu que sua primeira proposta é isentar do imposto de renda todos os professores, que custaria R$ 10 bilhões por ano. Disse que vai investir na criação de “metodologias autodidáticas”.

Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, se envolveu em uma discussão com o deputado federal André Janones (Avante) nos bastidores do debate

Barraco nos bastidores

Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, se envolveu em uma discussão com o deputado federal André Janones (Avante-MG) nos bastidores da Band na noite do domingo (28). Eles se exaltaram tanto que até mesmo seguranças da emissora precisaram intervir para evitar pancadaria.

Salles, que tenta uma vaga na Câmara dos Deputados nestas eleições, elevou o tom após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citar a queda nos índices do desmatamento durante a sua gestão. Janones foi xingamento ao gravar a reação do adversário político.

O deputado ainda se irritou ao ser provocado por Nikolas Ferreira — vereador bolsonarista em Belo Horizonte — durante uma entrevista sob os gritos de “pare de chorar”. Ele revidou afirmando que o rapaz era um “mascote da milícia, um v a g a b u n d o, um usurpador da fé” e que iria “triturá-lo nas urnas”.

Janones também bateu boca com Adrilles Jorges, ex-BBB e comentarista da Jovem Pan; e Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares durante o governo Bolsonaro.

A confusão generalizada obrigou o jornalista Douglas Santucci, chefe de produção da Band, a pedir para que os convidados dos presidenciáveis baixassem o tom. Caso contrário, a organização não hesitaria em retirá-los do espaço.

Relembre polêmica de Salles

Salles foi ministro do Meio Ambiente de 2019 a 2021, e a passagem dele pela pasta foi marcada pela infame frase “passar a boiada” durante uma reunião ministerial — com objetivo de mudar a legislação do setor enquanto a sociedade civil estivesse envolvida com a pandemia de Covid-19.

Quem é André Janones?

André Janones é considerado um dos fenômenos recentes na política brasileira e um dos parlamentares com maior alcance nas redes sociais. Ele chegou a apresentar uma candidatura ao Palácio do Planalto, com mais intenções de votos nas pesquisas do que nomes mais tradicionais.

Os números, inclusive, eram suficientes para que ele fosse convidado pelo Jornal Nacional para ser um dos entrevistados nas sabatinas do primeiro turno. O deputado, contudo, optou por apoiar a sétima campanha de Lula à presidência.

Ele foi denunciado em janeiro por vários assessores parlamentares de seu gabinete na Câmara dos Deputados e no seus escritório político em Minas Gerais pela prática de “rachadinha” e assédio moral.

O processo está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República devido o foro privilegiado do deputado mineiro.

Transmissão e outros debates

Além deste debate, também estão marcados os seguintes encontros:

13 de setembro – TV Aparecida
Organizado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o debate será em uma terça-feira, às 21h. Os detalhes da dinâmica e candidatos ainda não foram definidos.

24 de setembro – CNN Brasil e SBT
As duas emissoras formaram um pool para organizar o debate, junto da revista Veja, jornal O Estado de São Paulo, rádio Nova Brasil FM e portal Terra.

29 de setembro – TV Globo
A emissora vai fechar o ciclo de debates do primeiro turno em uma quinta-feira após a novela das 21h. De acordo com a TV Globo, os convites aos candidatos ainda não foram feitos.

A RedeTV! realizaria um debate com os presidenciáveis em 2 de setembro, mas, segundo a emissora, o evento foi cancelado.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.