Presidente Lula e dez ministros desembarcam no Rio Grande do Sul na manhã deste domingo (5)

Governador do RS, Eduardo Leite disse que o estado precisará de um “Plano Marshall” para ser reconstruído. Governador do Pará, Helder Barbalho, enviou equipe de militares especializados em resgates
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Coletiva de Impressa na Base Aérea de Santa Maria - RS, na quinta-feira (2) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Brasília – Desembarcou há pouco neste domingo (5), em Porto Alegre (RS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhado de nove ministros. O primeiro escalão do governo se transferiu para o Rio Grande do Sul para agilizar medidas que amenizem a situação das vítimas atingidas pelas fortes chuvas no estado, que não dão trégua há uma semana. Na sexta-feira (3), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), enviou uma equipe de militares especializados em resgates.

De acordo com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, o chefe do Executivo está acompanhado pelos ministros:

  • Rui Costa, ministro da Casa Civil
  • Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais;
  • Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
  • Nísia Trindade, ministra da Saúde;
  • Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
  • Camilo Santana, ministro da Educação;
  • Renan Filho, ministro dos Transportes;
  • Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos;
  • Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou por meio de seu perfil no X (ex-Twitter) que também irá integrar a comitiva. Paulo Pimenta e o ministro Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional, já estão no estado.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Eduardo Leite, em Santa Maria (RS) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

De acordo com o titular da Secom, Lula e a comitiva desembarcaram no Rio Grande do Sul por volta das 10h30. O presidente deve se reunir novamente com o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB). Ele já esteve em Santa Maria (RS), região central do estado, na quinta-feira (2), para monitorar a situação.

“Plano Marshall”

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse que o estado precisará de um “Plano Marshall” para ser reconstruído. A fala é uma referência à ajuda oferecida pelos Estados Unidos para reconstrução dos países europeus afetados após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Durante conversa com jornalistas no sábado (4), ele afirmou que, mesmo quando as chuvas pararem, ainda virão dias difíceis pela frente e que o estado precisará de toda ajuda possível.

“O Rio Grande do Sul vai precisar de um ‘Plano Marshall’ de reconstrução. A gente vai precisar de um plano de excepcionalidade em projetos, em recursos. O povo que foi vítima da tragédia, não pode ser vítima de desassistência,” declarou Leite.

Ao lado dos ministros da Secom e do Desenvolvimento Regional, Leite agradeceu ao governo pelo apoio enviado para o enfrentamento das chuvas e afirmou que o momento é de deixar as diferenças de lado.

“A bandeira do Rio Grande do Sul é a bandeira de todo o Brasil hoje […] Todos nós, lideranças políticas, devemos nos colocar à altura do fato, independente do partido, colocar de lado qualquer diferença. E é isso que eu sinto na disposição de todas as partes,” disse o governador.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai avaliar com o “Gabinete de Crise”, criado pelo Palácio do Planalto, para agir nas medidas emergenciais do governo federal para ajudar no que já é considerada a maior catástrofe climática do Brasil. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acompanhará o presidente da República.

05/03/2024, Rio Guaíba, usina do gasômetro, centro de Porto Alegre, após chuva intensa. Nível do rio atingiu recorde histórico de 5,29 metros (Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil)

Chuvas persistentes aumentam o número de vítimas

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou, às 18h de ontem, que o estado tem 55 mortes confirmadas e 7 em investigação por conta das chuvas. Outras 74 pessoas seguem desaparecidas. Há ainda 13.324 pessoas em abrigos e 69.242 desalojadas. No total, mais de 510 mil foram afetados.

O governador do Pará, Helder Barbalho, participou, na sede da corporação, da apresentação da comitiva, que passou na sexta-feira (3) rumo à cidade de Porto Alegre (RS). (Foto: Marco Santos/Agência Pará)

Governo do Pará envia ajuda técnica de busca e salvamento ao Rio Grande do Sul

O governador do Pará, Helder Barbalho, autorizou o envio de uma equipe com cinco especialistas do Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), que viajou por designação do governo do estado, na tarde da última sexta, para levar ajuda civil-militar à população do Rio Grande do Sul, afetada por chuvas extremas e enchentes.

Barbalho participou, na sede da corporação, da apresentação da comitiva, que viajou rumo à cidade de Porto Alegre.

“É o momento de todos os brasileiros darem as mãos e colaborar com o Rio Grande do Sul, que vive o maior desastre ambiental da sua história. Todos nós devemos ter solidariedade, empatia e colaborar com os irmãos brasileiros que vivem esta tragédia. Nossa tropa especializada está indo somar nas ações de resgate para salvar vidas, que é o foco deste momento,” ressalta Helder Barbalho.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Pará, Jayme Benjó, explica que essa é somente a primeira equipe enviada e outros profissionais podem ser deslocados nos próximos dias. A atuação integrada é dialogada junto ao Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom) e ao gabinete de crise no Rio Grande do Sul.

“Nossa equipe está sendo encaminhada para que possamos ajudar, neste primeiro momento, com atuação em embarcações e aeronaves, porque ainda chove muito no Rio Grande do Sul. Os militares possuem cursos específicos voltados para a resposta a desastres, especialmente de enchentes e inundações. Eles atuam no nosso estado e estão prontos para prestar serviço em todo o Brasil,” destaca o comandante-geral. Os cães treinados para resgate do CBMPA podem ser enviados ao sul, de acordo com a demanda do estado.

A equipe, que é composta pelo major Aluiz Rodrigues, sargentos Nelson Monteiro, Shanto Brito, Gabriel Oliveira e cabo Edson Barbosa, tem cursos em salvamento terrestre, busca e resgate em estruturas colapsadas, resgate em corredeiras, curso em atendimento pré-hospitalar, cursos em áreas fins e já possui experiência em ocorrências dessa natureza.

“O nosso grupamento vai representando o estado para realizar buscas em áreas isoladas, porque as chuvas continuam torrenciais no Rio Grande do Sul. Apesar de ser uma geografia diferente, já participaram de formações fora do estado e temos experiência em ‘águas rápidas’, que são condições que enfrentaremos nessa missão,” pontua Major Aluiz Rodrigues. “Devemos ser deslocados para locais de maior gravidade, com a maior quantidade de pessoas desaparecidas e atuar no resgate daquelas que se encontram isoladas. Vamos prestar o nosso serviço com a maior eficiência e eficácia que podemos oferecer”. O planejamento inicial é que a equipe atue na área por uma semana, prazo que pode ser estendido após futura reavaliação do cenário.

Por Val-André Mutran – de Brasília
Com informações da Agência Pará e rede Sociais do governo federal e do governo do estado do Rio Grande do Sul

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