Prefeitura de Parauapebas assume de vez a gestão do HGP e garante que o atendimento vai melhorar

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Durante uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (24) o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, acompanhado do seu Chefe de Gabinete, Luiz Bonetti, do secretário de saúde, Francisco Cordeiro, do diretor do Hospital Geral de Parauapebas (HGP), Vinícius Ávila, e do procurador Thiago Pinho, anunciou o rompimento do contrato com o GAMP e que a partir de agora a gestão do hospital é de inteira responsabilidade do governo municipal.

O rompimento vinha sendo anunciado por Darci Lermen mesmo antes dele assumir o governo municipal, mas só ocorreu de fato agora por conta do respaldo concedido pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). A principal justificativa é a inviabilidade financeira do contrato, que custava oito milhões de reais mensais para o município. Levando em consideração o orçamento anual da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para 2017, que é de R$ 150 milhões, o custo com o HGP iria abocanhar 64% do orçamento anual da secretaria.

A gestão da unidade hospitalar sendo realizada pela Semsa vai gerar uma economia considerável, já que a estimativa de custo mensal do HGP e Pronto Socorro Municipal ficará em torno de quatro ou cinco milhões, conforme informou Vinícius Ávila. Desta forma, outros setores da saúde deverão receber mais investimentos, como a Atenção Básica, que sofre dificuldades enormes há muitos anos por falta de investimento e de atenção da gestão. De acordo com o secretário de saúde as prioridades agora serão a melhoria dessa parte da rede que é a principal porta de entrada de serviços de saúde.

coletiva

O HGP continuará com atendimento regulado, ou seja, os pacientes serão atendidos a partir de encaminhamentos feitos pelas unidades básicas de saúde, UPA, Policlínica e Pronto Socorro Municipal, com exceção da maternidade, que realiza atendimento porta aberta. Porém, de acordo com a gestão da SEMSA, essa regulação não vai gerar dificuldades de acesso por parte da população, como vinha ocorrendo até então com a gestão do GAMP, “as barreiras foram quebradas”, disse o secretário.

Situação de funcionários e serviços no HGP

Quando questionado sobre o efetivo de pessoal que irá atuar no HGP a partir de agora, já que os 248 funcionários do GAMP foram demitidos, Francisco Cordeiro informou que a prefeitura fará convocação dos concursados a partir da próxima semana, porém, não informou a quantidade. “Vamos convocar de acordo com a nossa necessidade e viabilidade financeira”, informou o secretário.

Os serviços de UTI e Hemodiálise serão mantidos, inclusive, a equipe da diálise será mantida na íntegra, por meio de terceirização, pelo nível de excelência dos serviços prestados. “Legalmente poderíamos fechar esses serviços de alta complexidade, pois não é responsabilidade do município, mas, temos 45 pessoas que suas vidas estão em nossas mãos, dependem totalmente de diálise, por isso, vamos manter o atendimento, mas estamos buscando incansavelmente apoio do Estado, pois o custo é muito elevado. Na próxima sexta-feira, o secretário de saúde do Estado estará conosco para darmos seguimento nesse processo”, afirmou Francisco Cordeiro.

A gestão afirma que vai reduzir custos e ainda assim manter o atendimento e melhorar a sua qualidade, mas tem gente que acredita que isso não ocorrerá tão rapidamente em função do processo de enxugamento de custos que será necessário realizar. De acordo com informações coletadas pelo Blog, haverá redução no número de leitos e por conta disto pacientes da clínica médica serão internados no mesmo espaço de pacientes da clínica cirúrgica, ou seja, aqueles que passaram por procedimentos cirúrgicos e correm mais riscos de pegar infecção hospitalar.

De acordo com as informações coletadas, eram 64 leitos na enfermaria que contemplava esses dois tipos de pacientes em espaços distintos, sendo 32 leitos destinados exclusivamente para a clínica médica, 28 para a clínica cirúrgica e 4 para o isolamento, com os ajustes que estão sendo realizados, serão 50 leitos no total, uma redução de 14 vagas para internação no HGP. Além disso, deve ocorrer redução do número de leitos também na maternidade, que conta atualmente com 50 leitos e deverão ficar apenas 30.

Os ajustes com certeza se justificam em função da questão financeira e a Semsa conta com profissionais altamente qualificados, que tem competência para gerenciar um estabelecimento hospitalar do tamanho do HGP. Resta agora torcer para que a equipe de gestão consiga fazer todo esse trabalho de transição de forma competente, transparente e priorizando sempre a vida e o bem estar da população.

Durante a sua fala, o prefeito inclusive pediu à imprensa que fique “de olho” na nova forma de atendimento que será implantada no hospital, e que converse com a população e acompanhe esse processo de perto no sentido de contribuir com a gestão na melhoria da prestação do serviço de saúde na unidade.