Ano passado foi “o” ano de Marabá. A prefeitura local teve arrecadação recorde e o governo municipal foi, por isso, o que mais faturou no sudeste do Pará, superando os medalhões Parauapebas e Canaã dos Carajás, onde, devido à queda na arrecadação de royalties de mineração, a receita líquida encolheu. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou a prestação de contas recém-enviada pela gestão de Tião Miranda a órgãos de controle externo.

Com a pontualidade de sempre, o prefeito Tião Miranda encaminhou ao Tesouro Nacional no último dia 30 de janeiro o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), reportando receita líquida, livre de deduções, de R$ 1,284 bilhão, 11,56% acima dos R$ 1,151 bilhão arrecadados em 2021.

Enquanto o governo de Marabá enriqueceu R$ 133 milhões, o de Parauapebas e o de Canaã ficaram cerca de R$ 300 milhões mais pobres em 2022 em comparação com o ano anterior. Além disso, a receita marabaense aumentou em ritmo paralelo ao do crescimento orgânico da folha de pagamento, grande calo no sapato da imensa maioria dos prefeitos brasileiros.

Despesa com funcionalismo

No decorrer de 2022, a Prefeitura de Marabá pagou R$ 601,14 milhões em salários a seus cerca de 11 mil servidores públicos municipais. Com isso, o governo de Tião Miranda comprometeu apenas 46,85% da receita líquida, permanecendo em patamar confortavelmente abaixo dos limites definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), inclusive do limite de alerta, que é aceso quando a despesa com salários rompe 48,6% da receita.

Em 2021, foram gastos R$ 522,6 milhões com pagamento do funcionalismo e o percentual de comprometimento também ficou abaixo da lei, tendo sido cumprido com louvor. Em ambos os casos, Tião Miranda respeitou com sucesso a LRF e é uma administração exemplar no quesito gestão fiscal, visto que em 2017 ele recebeu a prefeitura com dívidas e despesa com pessoal estrangulada, mas, com imposição de medidas de arrocho fiscal, conseguiu reverter o cenário, equilibrar as contas e ter condições de, atualmente, pagar servidores e fornecedores em dia.

Embora tenha sido a administração que mais enriqueceu, em valor nominal, no sudeste do Pará e a segunda do estado, atrás apenas de Belém, a Prefeitura de Marabá segue sendo a 4ª mais rica no geral, atrás da capital, Parauapebas e Canaã dos Carajás. A perspectiva é de que, no médio prazo, com as inúmeras obras de infraestrutura e industriais que movimentam Marabá, a arrecadação local venha dar um “boom” nos próximos anos.