Policlínica de Parauapebas é habilitada para média complexidade de doenças renais

Medida vai garantir que município receba apoio financeiro do Ministério da Saúde para custear tratamento de 50 pacientes nos estágios 4 e 5, os mais deletérios da doença renal pré-dialítica

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Uma resolução da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (SUS) do Pará publicada nesta segunda-feira (28) no Diário Oficial do Estado reconhece e eleva a Policlínica de Parauapebas a um patamar mais alto para tratamento de doenças renais crônicas de pacientes considerados pré-dialíticos. A medida vai garantir, inclusive, que o município receba recursos para custear serviços dessa natureza. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

A decisão da comissão foi tomada de forma consensual em reunião ordinária do último dia 10, quando a Policlínica ganhou status de unidade ambulatorial especializada de média complexidade em doença renal crônica pré-dialítica, com direito à percepção de R$ 19.520 por ano do Ministério da Saúde para apoiar os serviços. No final do ano passado, a Policlínica havia sido habilitada como serviço de referência para diagnóstico de câncer de mama.

Pelo quadro de referência de impacto financeiro da habilitação, Parauapebas tem 35 pacientes em acompanhamento multiprofissional para doença renal crônica no estágio 4 de situação pré-dialítica e 15 pacientes no estágio 5. A doença renal crônica tem cinco estágios, que são definidos pelo volume de sangue que o rim é capaz de filtrar. Um rim normal filtra de 90 a 125 mililitros de sangue por minuto. O paciente com doença renal crônica diminui lentamente essa taxa, até que o rim não seja mais capaz de desempenhar sua função.

No estágio 4, a situação já é encarada como crítica. Nele, o paciente só é capaz de filtrar de 15 a 29 ml de sangue por minuto e começa a sofrer as consequências do acúmulo de toxinas no sangue. Desnutrição, anemia, enfraquecimento ósseo, cansaço e edemas são consequências comuns disso. Já no estágio 5, a filtragem é inferior a 15 ml por minuto e o rim não é mais capaz de desempenhar suas funções básicas. Por isso essa fase é chamada de terminal ou dialítica. É necessário iniciar imediatamente a substituição do órgão, com tratamento renal substitutivo.

Vale lembrar que em 2020 o Ministério da Saúde havia habilitado o Hospital Geral de Parauapebas como unidade de atenção especializada em doença renal crônica com hemodiálise e, também, como unidade de atenção especializada em doença renal crônica com diálise peritoneal. Durante todos esses anos, o município jamais desassistiu os pacientes que precisam do serviço e manteve o atendimento com recursos próprios.