Parauapebas é uma das cidades menos atrativas para conectividade 5G

Capital do Minério é considerada burocrata, sem legislação local e procedimentos claros para, por exemplo, expansão de antenas. Por outro lado, Castanhal e Marabá estão entre destaques

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Marabá e Castanhal são as cidades paraenses que mais incentivam a implantação de infraestrutura de telecomunicações e a expansão da conectividade do 5G, seja com mudanças na legislação local, seja simplesmente não mudando nada, mas também não atrapalhando. Em contrapartida, Parauapebas, Ananindeua e Belém estão entre as piores do Brasil em um ranking que analisa 155 municípios com mais de 200 mil habitantes. O levantamento recém-lançado pela consultoria Conexis Brasil Digital mostra como as maiores cidades do país estão se organizando para a nova era de velocidade da internet. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

A Conexis explica que, além da adequação da legislação municipal à Lei Geral de Antenas, o levantamento avalia a burocracia enfrentada pelas empresas para instalar antenas, a exemplo da necessidade de fazer a solicitação em mais de um órgão municipal, o prazo para a instalação e o custo.

Nessa soma de critérios, Castanhal é o 27º melhor município do país para implantar o 5G e o segundo melhor de toda a Região Norte, atrás apenas de Manaus, que foi uma das cidades que mais avançaram no sentido de se preparar, com processos mais ágeis e leis mais modernas, para receber infraestrutura de rede de telecomunicações sem muita burocracia.

Marabá, no 30º lugar nacional e na terceira posição no Norte do país, também se destaca no ranking por ser uma cidade mais aberta e receptiva às novidades das telecomunicações, menos onerosa e com legislação local menos burocrata para expansão de antenas.

Santarém aparece na 53ª posição, mas é a partir de Parauapebas, na 95ª, que o nível do Pará começa a cair. Diferentemente das cidades nas piores colocações que têm leis que travam a implantação de antenas, a Capital do Minério simplesmente não tem um marco regulatório local moderno sobre a questão, o que potencialmente é abacaxi para os operadores do setor.

Sem protocolo de procedimentos claro, Parauapebas poderá enfrentar problemas com o sinal 5G, considerando-se que o 3G e o 4G atuais já são ruins, e o município enfrenta quase diariamente apagões de sinal de celular em todas as operadoras, o que atrasa a vida, os negócios e as relações comerciais em um dos lugares que mais geram riquezas no Brasil.

Belém é uma das piores capitais

No mês passado, foram iniciadas as operações do 5G nas capitais brasileiras, antes mesmo do prazo fixado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os municípios com mais de 500 mil moradores e as regiões metropolitanas são os próximos a receberem o sinal 5G. Mas a capital paraense está mesmo preparada para o 5G?

A resposta é não de um todo. De acordo com a Conexis, Belém é a 4ª capital mais atrasada do país quanto à receptividade de infraestrutura de telecomunicações — piores que ela só Goiânia, Belo Horizonte e Palmas. A metrópole do Pará carrega consigo altas taxas de restrições e onerosidade, muita burocracia junto ao poder público e muito tempo para conseguir autorizações necessárias para implantação de redes de conectividade.

Não por acaso, na lista dos 155 municípios, Belém está na 118ª posição, quase colada em Ananindeua, que está um pouquinho “menos pior”, na 116ª, mas ambas igualmente ruins no cenário nacional. Palmas é a pior cidade brasileira no assunto, enquanto a melhor é Ponta Grossa (PR).