Operação “Guaraci” destrói máquinas em garimpos ilegais; suspeitos foram presos

A operação, deslanchada pela Polícia Federal, conta com o apoio de outros órgãos em uma força-tarefa para combater garimpos clandestinos em áreas da linha de transmissão de energia de Belo Monte para o resto do país
A área de mineração ilegal estava dentro dos limites de segurança das torres de transmissão de energia

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A Polícia Federal ainda não divulgou o balanço da Operação “Guaraci”, deslanchada nesta quarta-feira (17) para combater garimpos ilegais em áreas de torres de transmissão que levam energia produzida em Belo Monte para o resto do país, mas informou que suspeitos foram presos e maquinários foram destruídos. Um dos motores apreendido foi explodido pela PF.

O barulho da explosão chegou a ser relatado em áudios e vídeos pelas redes sociais por moradores de áreas próximas, relatando a ação contra os garimpos ilegais. De acordo com a delegada Adriele Maiorka, chefe do Departamento da PF em Marabá, sudeste do Pará, na ação integrada dos órgãos de segurança foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nos locais de degradação ambiental.

Um dos motores apreendido em garimpo ilegal foi explodido pela PF

Durante os procedimentos, foram realizadas prisões em flagrante delito, apreensões de minério e inutilização de equipamentos utilizados como instrumentos de crime, como retroescavadeiras, motores e esteiras. De acordo com a PF, as atividades ilegais de garimpagem de manganês e ouro ameaçava seriamente o fornecimento de energia no país, pois estava sendo feito em área de segurança das torres de transmissão, cerca de 50 metros em volta de cada estrutura.

“A atividade garimpeira era tão acentuada na base das torres que estava para comprometer a segurança e estabilidade, podendo causar, inclusive, a queda dessas estruturas e o desabastecimento energético em nível nacional, atingindo milhões de brasileiro”, informou a delegada Adriele Maiorka.

Os garimpos ilegais exploravam manganês e ouro nas áreas de segurança das torres de energia

Essa extração ilegal ocorre sob a Linha de Transmissão Xingu/Estreito, que além do Pará, passa também por Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Não foi informada a área total atingida, quantos garimpos localizados nem há quanto tempo funcionavam.

A operação, que ainda está em andamento, envolve 30 viaturas e três helicópteros para chegar aos locais, assim como cerca de 120 da PF, Agência Nacional de Mineração (ANM), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Conselho Nacional da Amazônia Legal .

Segundo a PRF, os envolvidos podem pegar de seis a um ano de prisão e pagar multa por extração ilegal, descumprimento da legislação ambiental e crimes contra ordem econômica.

Tina DeBord