Onça-pintada e urubu-rei do Parque Zoobotânico Vale visitam GramadoZoo

O intercâmbio entre zoológicos do Pará e Rio Grande do Sul tem objetivo de promover a conservação da fauna brasileira.

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Foram mais de 3,4 mil quilômetros de viagem. Na segunda-feira (16/8), a onça-pintada melânica Leila seguiu de Parauapebas (PA) a Gramado (RS), onde vai passar uma temporada, ainda por tempo indeterminado, no GramadoZoo. Acompanhada de um urubu-rei, Leila faz parte de um programa de intercâmbio entre os zoológicos, que tem o objetivo de promover a conservação da fauna brasileira. Leila foi recebida em um recinto pronto e climatizado para ela e a expectativa é de que em breve um macho também seja transportado ao GramadoZoo para pareamento.

A onça Leila e o urubu-rei, que ainda não tem nome, nasceram no Parque Zoobotânico da Vale (PZV), em Parauapebas, que faz importante trabalho de conservação de espécies amazônicas ameaçadas de extinção, como é o caso da onça-pintada. “Os zoológicos têm extrema importância para a conservação da fauna brasileira e até mundial. Hoje em dia, os parques recebem animais de três maneiras: eles chegam por meio de apreensões, oriundos do tráfico de animais silvestres; nascem dentro dos próprios parques ou são fruto de permutas”, explica Tarcísio Rodrigues, biólogo do PZV. O nascimento em cativeiro é fundamental para que os animais ameaçados de extinção tenham sua sobrevivência garantida.

Eventualmente, como explica Tarcísio, eles podem ser reintroduzidos na natureza, após um processo de treinamento para que retomem seus instintos selvagens de caça e defesa, por exemplo. “Algumas espécies que já não existiam na natureza, como o cavalo-de-przewalski, da Mongólia e a ararinha-azul, foram reproduzidas em zoológicos e já estão sendo reintroduzidas”, completa o biólogo.

Adaptação

A viagem de avião, em um voo de quase de cinco horas, teve escala em Brasília (DF). Os animais foram seguros dentro de caixas especiais para o transporte e, agora no ZooGramado vão passar por um período de adaptação ao novo ambiente que inclui um tempo para se acostumar à nova temperatura, à equipe de cuidadores, aos cheiros e às características do zoológico.

O mesmo processo foi feito recentemente com a onça-pintada melânica Sheilla, irmã de Leila, que está no Parque Ecológico Municipal de Americana (SP), onde o macho Pantanal já está à sua espera para o pareamento. “Esse trabalho representa o compromisso de conservar espécies que são símbolos da fauna brasileira, o zoológico é a segunda chance que esses animais têm”, completa Tarcísio. Uma curiosidade sobre as irmãs é que elas apresentam uma variação melânica e, por isso, apesar de serem onças-pintadas, apresentam pelagem totalmente negra.

Parque Zoobotânico Vale

Inaugurado em 1985, mesmo ano de início das operações da Mina de Carajás e da Estrada de Ferro Carajás (EFC), o parque se consolidou, ao longo desse período, como importante centro de conservação de espécies amazônicas e fonte para o desenvolvimento de pesquisas sobre a flora regional, espaço de educação ambiental e de atração turística.

Em virtude da pandemia, o parque está fechado para visitação desde março do ano passado, o espaço ocupa uma área de 30 hectares e conta com aproximadamente 70% de mata nativa. O parque abriga aproximadamente 360 animais, distribuídos em mais de 70 espécies de aves, mamíferos e répteis, incluindo algumas raras ou ameaçadas de extinção, como o gavião-real, ararajuba, onça pintada, suçuarana, macaco-aranha-da-testa-branca e macaco cuxiú.

Está disponível ao público um tour virtual no parque. O ambiente proporciona a experiência de visitar, os principais recintos, os animais, a botânica do local, além de algumas curiosidades do espaço. O tour virtual está disponível no vale.com/pzv.

Entre as principais atividades desenvolvidas no PZV está o programa voltado à reprodução em cativeiro de espécies do bioma amazônico e que estão ameaçadas de extinção. Já foram alcançados importantes resultados, como o nascimento de filhotes de ararajuba, onça-pintada e harpia. O espaço contribui com a conservação das espécies, servindo como estoque genético e formando profissionais especializados para trabalhar em benefício da preservação da fauna e flora brasileiras, dentro do Programa de Manejo Reprodutivo para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção e Relevância Biológica.

Com informações da Vale

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