O homem e o fogo.

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Por Márcia Carvalho Leite

Na pré – história os homens da caverna precisavam esperar que um raio atingisse uma árvore para usufruírem do fogo. A sua descoberta foi um grande avanço para a humanidade e aconteceu no período conhecido como Mesolítico. Com o fogo o homem pôde espantar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor nos momentos de frio intenso.

Mas e hoje? Será realmente necessário queimar tanto para sobreviver. Claro que não. Existem outras tecnologias, inclusive mais baratas, outras forma de cultivo de alimentos, para os carros e fábricas existem filtros que inibem a poluição e mesmo assim, o homem em sua pretensa ignorância continua queimando. Imagino até o deslumbramento de tais pessoas quando o fogo toma conta da beira da estrada, da floresta, dos morros e dos entulhos nas ruas, terrenos baldios e quintais. Seus olhos devem brilhar com as faíscas. Um encantamento doentio.

Como se já não houvesse avisos suficientes, como se as campanhas contra queimadas não fossem constantes, como se as multas fossem legais. O que falta além de consciência?Vai me dizer que isso é parte da cultura de um povo?

E quando esse mesmo povo leva seus os filhos para os hospitais, já lotados, com casos graves de intoxicação e problemas respiratórios? A culpa é por acaso do governo? Digamos que boa parte sim,
principalmente, quando não há empenho das autoridades competentes em punir os culpados, por outro lado também não há estrutura suficiente para combater crimes como esses. A corrupção não permite. Quando os bombeiros ou os fiscais vão a campo investigar os criminosos, ninguém nem sabe quem foi. Nem diriam se soubessem.Com impunidade fica muito mais fácil praticar crimes, tão fácil, quanto dois mais dois.

Na noite passada, uma fumaça insuportável tomou conta do bairro União, durante toda a noite respiramos um ar intragável. Nos meses de agosto e setembro as centelhas da má educação, do desrespeito e da impunidade queimam o direito mínimo de qualidade de vida que nós, cidadãos que pagam impostos e que lutam pela sobrevivência de suas famílias merecem. O direito de pelo menos respirar dignamente. Isso sem falar na sujeira das cinzas e no tempo seco.

Aproveito e peço encarecidamente à Secretaria de Meio Ambiente deste município, que tendo esta, feito um bom trabalho ao longo da sua administração, retome a Campanha contra as Queimadas Urbanas, com a mesma intensidade realizada no ano passado. Precisamos respirar, merecemos isso.

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