Marabá: Vereadores querem derrubar veto de Tião à Lei do Menor Aprendiz

Parlamentares aceitam mudanças no texto, mas dizem que a sua revogação está fora de cogitação
Miguelito argumenta que a legislação municipal não fere a federal

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Decano da Câmara Municipal de Marabá, o vereador Miguelito (PDT) foi à tribuna nesta terça-feira (21) e criticou o projeto de lei de autoria do Executivo Municipal que revoga a Lei Municipal nº 18.117/2022, a qual estabeleceu cota de contratação de jovens aprendizes por empresas que prestarem serviços aos poderes locais. 

A justificativa dada é a necessidade de sanar um equívoco por inconstitucionalidade do projeto, visto que, para o governo municipal, a competência de legislar sobre a matéria é da União e não do município.  Diante do exposto, o vereador Miguelito fez duras críticas e pediu que seus colegas avaliassem a questão do veto, que na visão dele não cabe ao projeto. “Achei essa lei super evoluída. Mais de 100 municípios nesse país copiaram essa nossa lei, inclusive Goiânia,” destaca. 

Ele lembrou que no ano passado, a Câmara votou a lei para a cota de contratação de jovens aprendizes por empresas que prestarem serviços aos poderes do município de Marabá, em até 15% do pessoal empregado, com idade entre 15 a 29 anos. “Poderíamos mudar e colocar que seria o primeiro emprego e debater outros pontos, mas vetar a lei, não. Menos de um ano depois que essa coisa está evoluindo, o Executivo pede para revogar,” critica o parlamentar. 

Criticando a justificativa da gestão municipal e classificando-a como “coisa absurda e chula”, Miguelito garante que não há inconstitucionalidade e que o município tem sim o direito de legislar sobre trabalho. Ele ainda enfatizou que é preciso defender o primeiro emprego e que o projeto pode até ser melhorado e debatido pelo Poder Legislativo, mas que esse tipo de lei é importante para a cidade. “Não podemos nos acachapar, temos que reagir contra isso,” alerta os colegas.

O vereador Coronel Araújo (MDB) pediu vistas ao projeto e disse que é possível rever e flexionar alguma coisa de percentual, porque concorda que simplesmente revogar não é o caminho. “Quero entender qual foi a justificativa do Executivo,” disse. 

Ilker Moraes (PODE) lamentou que em Marabá não exista política para a juventude. “Quando a gente consegue fazer um projeto que está beneficiando a juventude o Poder Executivo vem com um lenga-lenga desses, alegando que é inconstitucional. Nos últimos sete anos nesta Casa, não tem nada que passou por aqui que ajude a juventude de Marabá,” reclamou. “No dia que conseguimos aprovar uma lei para dar oportunidade ao jovem, o Executivo alega inconstitucional. Lamentável, muito lamentável”.

O vereador Ray Athie (PSD) também não concordou com a proposição e frisou que a revogação tem de ser tirada de pauta. “Todo projeto que vem do Executivo é assim: ou é ruim ou é polêmico,” ironizou.