Jovem de 18 anos estreia com o pé esquerdo na vida do crime

Além de quase morrer de taca, ele foi parar atrás das grades e perdeu a liberdade e a namorada

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Iago de Sousa nem bem acabou de completar 18 anos e já sentiu na pele o significado da frase “fazer justiça com as próprias mãos”, além de experimentar a hospitalidade da cela da Delegacia de Polícia Civil de Canaã dos Carajás, onde deve passar uma temporada, a qual deve aproveitar para pensar um pouco mais na vida. Na manhã desta quarta-feira (25), após assaltar um estabelecimento comercial no Bairro dos Maranhenses, ele foi pego por populares e tomou uma boa taca. Só não morreu espancado por que a Polícia Militar chegou e salvou-lhe a vida.

Tudo começou, porém, logo cedo, quando, em uma motocicleta nova e sem capacete, Iago chegou a uma panificadora do Bairro Park Carajás, entrou e foi logo dando as ordens: “Ele disse para passar todos os valores e celulares se a gente não quisesse levar um ‘pipoco’”, conta José Rosivaldo Mafra Setúbal, proprietário do estabelecimento, completando: “Ele estava muito nervoso, levou até as nossas moedas”.

Esse foi a segunda vez que Mafra foi vítima de assalto na panificadora e diz que está abalado com a situação: “A  gente fica com o psicológico abalado, estamos trabalhando e é muito complicado ver alguém chegando e chamando a gente de vagabundo. A insegurança está muito grande”, desabafa.

Diante do sucesso da primeira empreitada, Iago de Sousa, confiante, partiu para novo assalto. Entretanto, foi seguido por um funcionário da panificadora, que chamou a Polícia Militar, mas o perdeu de vista.

Cerca de uma hora depois, a PM foi chamada novamente, dessa vez por moradores do Bairro dos Maranhenses. Um homem com as mesmas características de Iago acabava de assaltar um comércio na localidade e, além de render os funcionários, ele também havia agredido o filho da proprietária.

Foi aí que os populares entraram em cena. Várias pessoas capturaram o assaltante e começaram a fazer justiça com as próprias mãos. Não economizaram socos, pontapés e pauladas, até a chegada da viatura policial, sob o comando do cabo Castro, que nunca foi tão aguardada por um criminoso. “No último assalto que ele foi cometer não deu muito certo, ele acabou sendo alcançado e quase linchado pela população”, destacou a autoridade.

Na delegacia, Iago confessou o crime e disse que resolveu cometer os assaltos porque não havia conseguido emprego na cidade. “Eu achei essa arma jogada na rua e resolvi cometer assalto, já que não estou trabalhando”.

Após receber atendimento médico, ele foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, onde foi reconhecido pelas vítimas, e agora aguarda decisão judicial. Com o rapaz, a polícia encontrou o simulacro (imitação), a quantia de R$ 58,00 e dois aparelhos celulares.

A motocicleta, nova, usada pelo assaltante, era da mãe da namorada dele que, disse não saber da vida criminosa dele e, ali mesmo, na DP, rompeu o namoro e estava preocupada apenas em reaver a moto.