Janeiro foi o mais mortal de Covid dos últimos 7 meses em Parauapebas

Mês passado registrou 22 óbitos para universo de 2.990 contaminados. Detalhe é que janeiro de 2021 também registrou 22, mas entre número de infectados muito maior. Virus está à solta!

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Um parauapebense morreu a cada 34 horas em decorrência de complicações do coronavírus no mês passado. Esse é o balanço consolidado das mortes de janeiro contabilizadas pela Prefeitura de Parauapebas nesta quinta-feira (3). Janeiro, diga-se de passagem, já é o período em que o vírus causador da Covid-19 fez o maior estrago nos últimos sete meses. A última vez em que o município viu mais vítimas fatais foi em junho, quando computou 46 óbitos.

As informações foram obtidas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu e apontam para a onda crescente de casos na Capital do Minério, o que exige cuidados da parte de todos. Nesta quinta, diante da visualização da onda daquela que, por vezes, é taxada por “gripezinha”, a prefeitura cancelou as festividades de carnaval a fim de evitar que o vírus se dissemine ainda mais e pressione o sistema de saúde. Na ponta, as infecções têm potencial de aumentar o número de famílias enlutadas.

Hoje foram iniciadas as aulas presenciais na rede pública municipal, que conta com cerca de 48 mil estudantes. No entanto, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) estabeleceu cronograma de escalonamento de atividades, em que as escolas vão receber apenas 50% dos alunos de forma presencial e com todos os cuidados para evitar disseminação viral. Atualmente, crianças e adolescentes têm se tornado as vítimas preferenciais do coronavírus, público com os menores indicadores de vacinação.

Os números gerais apontam que, em janeiro, foram computadas 22 mortes por covid, mesmo número de janeiro do ano passado. Já em dezembro último, quando a pandemia começou a dar sinais de que traria uma nova onda de dor de cabeça ao município, foram registrados 12 óbitos, mais que os oito de dezembro de 2020, quando a vacinação ainda não havia começado no município. É um dado preocupante porque mostra que, apesar de todos os esforços da vacinação, muita gente tem se descuidado. A vacina é efetiva, mas é preciso que cada um faça a sua parte e tome os devidos cuidados — lavar as mãos, usar álcool em gel e máscara, isolar-se aos primeiros sinais “estranhos” de gripe para evitar transmissão da doença e criar cadeias de contaminação.

Por outro lado, muita gente insiste em não se vacinar. Juntos, os antivacinas formam uma superpopulação que favorece o alastramento da covid. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) não informa o número de óbitos de pessoas que não se vacinaram ou que estariam com o esquema vacinal incompleto, mas é sabido, conforme dados gerais da Fiocruz, que um em cada dez internados em estado grave por coronavírus resistiu em não se vacinar ou completar o esquema com as duas doses das vacinas disponíveis.

Situação perigosa

Os dados da pandemia em Parauapebas apontam um cenário perigoso. Em dezembro de 2020, os oito óbitos registrados saíram de 1.755 casos confirmados. Já em dezembro de 2021, foram 12 mortes para 749 casos positivos. Numa matemática de boteco, se o número de contaminados em dezembro último tivesse sido o mesmo de dezembro de 2020, as mortes poderiam ter chegado a 28 registros.

Em janeiro deste ano, muito pior: foram 22 mortes para 2.990 casos, enquanto no ano passado as 22 mortes se deram em meio a 4.978 contaminados. Proporcionalmente, se este ano tivesse havido um mesmo tanto de contaminados que no ano passado, Parauapebas poderia ter batido 36 óbitos no mês passado. Está evidente que a diminuição do número de casos confirmados no município não tem se refletido necessariamente em número de redução de óbitos. Em se tratando do inimigo invisível coronavírus, todo cuidado redobrado é pouco.