Indústria paraense tomba 25%, maior queda do país neste início de ano

No comparativo com janeiro de 2021, tombo é de quase 25%. Diminuição da produção física é sinônimo também de queda de receitas; veja quais setores da indústria mais geraram recursos

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A atividade industrial paraense afundou em janeiro deste ano no confronto com o mesmo mês do ano passado. O tombo foi de 24,4%, o maior do Brasil nesse ponto de comparação, e tem a ver com o ritmo mais lento da lava de minério de ferro em Parauapebas e em Canaã dos Carajás, maiores produtores nacionais.

A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão de pesquisas mostra ainda que a produção industrial paraense despencou 9,8% de dezembro para janeiro e 6,8% no acumulado de 12 meses. Seja em qual for o recorte temporal para mensurar a queda da atividade industrial, o Pará está, no momento, entre as três localidades pesquisadas pelo IBGE com pior desempenho.

O Blog observou que a indústria extrativa do Pará sozinha caiu 21,69% este ano no comparativo com o ano passado. Foi ela a responsável pela maré de azar do estado. Concentrada 90% na região de Carajás, tendo como principais nomes os municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas, e como produto principal o minério de ferro, a indústria paraense vem apresentando declínio na produção física que culminou com baixa acentuada nas exportações. Toda a produção mineral de Carajás é embarcada rumo ao exterior, e a extração menor de recursos implica menos faturamento.

A indústria metalúrgica também puxou para baixo o desempenho do estado em 2,15% em janeiro. O único setor a crescer, ainda assim 0,01%, foi o de celulose, papel e derivados.

A sequência de indicadores econômicos ruins do Pará tem consequências financeiras para o estado, já que uma parte considerável da arrecadação é derivada do desempenho da atividade industrial, notadamente da mineração. Menos volume físico de minérios implica, por exemplo, recolhimento menor da taxa mineral, que despejou R$ 566,94 aos cofres do Governo do estado em 2021.

Ao todo, a mineração irrigou a conta corrente do Pará com R$ 855,46 milhões, entre taxas e royalties, sendo seguida pela indústria alimentícia, com contribuição de R$ 458,55 milhões. A indústria metalúrgica respondeu por R$ 299,73 milhões e a madeireira, R$ 62,07 milhões.