Helder anuncia mudança do governo para Marabá em março

O governador veio dar posse a João Chamon, assinar Convênio de Cooperação entre Incra e Iterpa, entregar Títulos Terras e empossar a nova Coordenadora Regional da Fazenda estadual

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Ao final da cerimônia de posse do ex-deputado estadual João Chamon Neto como secretário Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, na tarde desta sexta-feira (22), o governador Helder Barbalho fez um anúncio que arrancou aplausos, gritos e até assobios da plateia que lotou o auditório do Centro de Convenções. Disse que, em março próximo, vai trazer o governo, com todo o secretariado, para despachar em Marabá durante pelo menos uma semana, para ouvir as demandas de cada um dos 39 prefeitos das regiões sul e sudeste do Pará e também ouvir a população.

A solenidade, marcada para começar 10h, iniciou com mais de três horas de atraso e terminou por volta das 15h30. O primeiro ato foi a nomeação da servidora de carreira Lílian de Jesus Penha Viana Nogueira como coordenadora Regional de Fazenda. O documento foi assinado pelo secretário de Estado de Fazenda, Renê Souza Júnior.

Em rápido discurso, ele disse que a fiscalização, antes de ser punitiva, deve ser preventiva, com a melhor orientação ao contribuinte. Pediu que todos os servidores se juntem a ela, no esforço para fazer o melhor.

Em seguida, aconteceu assinatura de Termo de Cooperação entre o Iterpa (Instituto de Terras do Pará) e o Incra (Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária), para dar celeridade à titulação de terras no Estado, uma vez que, em muitas ocasiões, os processos ficam travados devido dependerem da ação do Estado e da União, ao mesmo tempo.

Assinaram o documento o presidente do Iterpa, Bruno Kono, e o superintendente regional do Incra, Valciney Ferreira Gomes, que, ao discursar lembrou que a região abriga 514 projetos de assentamento, onde vivem mais de 73 mil famílias, que se locomovem por mais de 50 mil quilômetros de vicinais e pediu ajuda do governo estadual, a fim de buscar recursos para recuperar essas estradas.

Iterpa entrega 312 Títulos de Terra a agricultores da região

Bruno Kono, que anunciou no momento a entrega 312 Títulos de Terra, disse que encontrou no Iterpa títulos prontos para serem entregues, guardados há 11 anos, reféns da burocracia oficial e da falta de vontade política. “O Título de Terra é a certidão de nascimento do produtor rural. E a entrega dele é um ato cidadania, resultado do trabalho do servidor, que se sente realizado quando isso acontece. Entre outros benefícios, permite acesso ao crédito, representa mudança na vida do agricultor”, salientou ele.

Kono destacou ainda que, com pouco mais de 50 dias do governo Helder Barbalho, já é possível ver as mudanças no que chamou de “novo Iterpa”, que hoje tem uma “gestão, eficiente, transparente e presente”, anunciando que a meta do governo é chegar a mil títulos nos primeiros 100 dias de governo: “E isso é possível, não acontecia por falta de vontade política, mas isso acabou neste governo. Há dez anos o Itera e o Incra não sentavam para conversar”.

A seguir, o governador, num gesto simbólico, entregou o primeiro título ao agricultor José Mariano Moreira, de Bom Jesus do Tocantins, a Maria da Paz Silva e Maria Aidê Pereira, ambas de Rondon do Pará, e a José Rodrigues dos Santos, de Breu Branco. Os demais beneficiados receberam o documento ao final da cerimônia.

O prefeito Wagner Machado, de Piçarra, que, minutos antes de começar a solenidade, havia sido eleito presidente da Amat (Associação dos Municípios do Araguaia Tocantins), agradeceu a confiança dos demais gestores que o apoiaram, falou em união de forças no “novo Pará” e destacou o fato de o governador estar demonstrando consideração com o Estado todo.

Deputados enaltecem a presença constante de Helder em Marabá

O deputado estadual Wenderson Azevedo Chamon (MDB) – Chamonzinho – vice-líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado, também discursou, desejou muita sabedoria ao pai, João Chamon, elogiou a atitude de Helder Barbalho, ao vir a Marabá pela segunda vez, em menos de 100 dias, mostrando estar presente com ações “para o desenvolvimento do povo da região”.

Em seguida, expôs ao governador a situação de dezenas de milhares de famílias que moram em áreas de ocupação urbana em Marabá, muitas das quais pertencem ao Estado, impedindo assim que a prefeitura emita os títulos definitivos, citando como exemplo os bairros Liberdade, Jardim União, Jardim Imperial, entre outros. Disse também Chamonzinho que nessas grandes áreas, além desse problema, não há nem sequer uma escola de Ensino Médio. O deputado também anunciou que o governador já manteve, em Brasília (DF), reunião com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para falar sobre a Celpa.

O próximo a tomar a palavra foi o também deputado estadual Antônio Carlos Cunha Sá (PTB) – Toni Cunha, indicado pelo presidente da Alepa, deputado Daniel Barbosa Santos – Dr. Daniel – para falar pela Poder Legislativo Estadual. Ele disse que o fato de o governador vir a Marabá duas vezes em menos de 100 dias de governo é a demonstração de que o governante precisa estar presente, junto do povo para sentir o que a população sente e ressaltou que João Chamon há de levar a Helder as demandas da região.

Toni Cunha lembrou que a região é grande produtora de minérios e geradora de energia elétrica, mas continua sendo o almoxarifado do resto do País, para onde manda muito, porém tem pouco retorno. ”Não queremos esmola, precisamos de justiça e vamos estar nessa trincheira para defender os interesses de Marabá e do Pará”, bradou Toni.

Chamon diz que é preciso enfrentar os desafios e vencê-los  

“Por quatro anos tive o privilégio de, da tribuna Alepa, ser o grande instrumento, a voz das nossas regiões e agora me entusiasma ter a presença do governador Helder Barbalho, em menos de 100 dias, pela segunda vez, em Marabá. É motivo de orgulho, prazer, satisfação e gratidão a Deus e a Nossa Senhora de Nazaré, ter o voto de confiança do governador”, discursou Chamon após ter sido empossado por Helder.

Ele lembrou que, dias atrás, um amigo o encontrou e disse que Helder poderia ter-lhe dado missão menos espinhosa do que cuidar de uma região com tantos problemas. “Eu disse a ele que, em verdade, agradeço pelo desafio, pois os desafios têm de ser enfrentados e vencidos e é isso o que estamos fazendo com o mesmo sentimento com o qual enfrentamos o nosso mandato de deputado”, afirmou o secretário Regional de Governo.

Disse que os quatro anos em que esteve na Assembleia Legislativa foram como um sacerdócio, durante o qual, como oposição, enfrentou um governo que espezinhava a quem se opunha a ele, mas, mesmo assim, conseguiu avanços para o sul e o sudeste do Estado, tendo sempre a crença de que aquele tempo estava se acabando e, finalmente, o povo do Pará mudou o rumo de sua história.

Governador afirma que o povo do Pará tem de se sentir olhado e respeitado

Helder Barbalho, em sua fala, reafirmou a intenção de fazer governo presente em todas as regiões e transformar isso cultura, para que cada pessoa tenha a percepção de que o governo está preocupado com a população.

Anunciou obras de eletrificação no Hospital Regional de Marabá para colocar em funcionamento as máquinas de hemodiálise ali já instaladas; investimentos no Hospital Materno Infantil de Marabá, para que naquela casa de saúde pública aconteça o acolhimento na região, da mesma forma que ocorre na Santa Casa de Misericórdia de Belém; a reconstrução da Escola Estadual de Ensino Médio “Gaspar Vianna”; a reconstrução do Hospital Ophir Loyola, na capital, com a descentralização da oncologia para Marabá; e a atuação da Companhia Habitacional do Pará para a transferência das áreas urbanas do Estado para o município, a fim de que os terrenos situados nessas áreas sejam titulados.

Helder Barbalho disse ainda que já solicitou a interferência do Supremo Tribunal Federal, por meio da ministra Carmem Lúcia, no processo de antecipação da concessão da Estrada de Ferro Carajás para a Vale, para que a compensação financeira seja investida no Estado do Pará e não em outras unidades da Federação. Disse também que, recentemente, em Brasília, foi indicado para ser o líder do fórum de governadores de Estados mineradores na luta pela reformulação da Lei Kandir.

Por fim, o governador anunciou que em março próximo vai transferir o Governo do Estado para Marabá, por pelo menos uma semana, com todos os secretários presentes, atendendo às demandas das 39 prefeituras da região e ouvindo a população. O mesmo será feito em Santarém e depois nas demais 10 mesorregiões do Estado.

O governador finalizou externando um desejo: “Nós havermos de ter cumprido a nossa missão quando o povo desta região não mais pensar no estado de Carajás, porque vai se sentir olhado e respeitado pelo Governo do Estado”.

Por Eleutério Gomes – Correspondente em Marabá
(Fotos: Ulisses Pompeu)