Equatorial deve assumir Celpa neste fim de semana

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A CVM, órgão regulador do mercado de capitais no país, foi informada pela holding Equatorial sobre o plano de capitalização da distribuidora paraense Celpa, em processo de recuperação judicial. A holding, que já controlava a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) em outro processo de saneamento, divulgou ontem documento preliminar da sua oferta primária de R$ 1 bilhão em ações.

Segundo o texto, 70% dos recursos obtidos no mercado serão destinados à capitalização da Celpa e visam permitir à ex-empresa do Grupo Rede cumprir o plano de recuperação judicial e evitar a falência.

Segundo o cronograma previsto, a companhia encerrará em 6 de dezembro processo para fixar o preço por ação na oferta, assim como finalizará apresentações de mercado. As ações serão então negociadas na Bolsa de São Paulo (BM&FBovespa) a partir do dia 10 de dezembro e a liquidação da oferta ocorrerá no dia 12. A Equatorial anunciou ainda que 25% do aporte será investido em novas aquisições de empresas de distribuição, venda e geração de energia. Os 5% restantes vão reforçar o capital de giro da companhia. O esforço será completado por financiamentos e caixa próprio.

A Equatorial deve assumir oficialmente o controle total da distribuidora de energia do Pará neste fim de semana, segundo previsão feita em outubro pela Aneel. A empresa comprou a Celpa pelo valor simbólico de R$ 1, assumindo 61,37% do capital da distribuidora e um passivo de problemas.

Mergulhada em longa crise financeira e judicial, a companhia acumulava dívida de R$ 458 milhões apenas com o Estado do Pará, incluindo impostos não recolhidos.

Medida Provisória reduzirá receitas
As novas regras para o setor elétrico fixadas pela Medida Provisória (MP) 579, em 11 de setembro, vão criar uma nova realidade empresarial no setor a partir do próximo ano, na qual concessões podem mudar de mão e planos de investimentos serão revistos. O aperto das receitas das empresas para deixar a conta de luz até 20% mais barata, em média, já provocou fortes reações no mercado acionário, que começam a interferir na comercialização futura. O governo avisa que não vai flexibilizar as condições para renovar em 2013 contratos de 20 e 30 anos e aposta em ampla aceitação dos termos. “Ainda falta um real dimensionamento de quanto a proposta do governo se distanciou do equilíbrio esperado por investidores. Enquanto fazem suas contas, as empresas se manifestam com rigor nas audiências públicas do Congresso”, comenta Fernando Umbria, assessor técnico da diretoria da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais (Abrace).

Com informações do Correio Braziliense